As abelhas da tribo Meliponini, popularmente conhecidas como abelhas sem ferrão, são pouco familiares para o público leigo, apesar de serem velhas conhecidas dos índios brasileiros, que criam várias das suas espécies para a produção de mel. Também são chamadas de abelhas nativas, abelhas indígenas ou meliponíneos.
Os meliponíneos são encontrados em regiões tropicais e subtropicais do planeta, e atualmente são descritas 505 espécies, sendo mais de 400 delas na região neotropical (América Central e do Sul). Só no Brasil, contabilizamos 244 espécies. Até hoje elas são popularmente conhecidas pelos nomes dados pelos índios, como jataí, uruçu, irapuá, tiúba, mombuca e tantas outras.
Algumas dessas abelhas produzem méis de altíssimo valor gastronômico, podendo valer até quatro vezes mais do que o mel da Apis mellifera. Estes podem variar muito em textura e sabor de acordo com a espécie.
As abelhas dessa tribo variam muito em aparência e comportamentos. Ao contrário da tribo Apini (das abelhas melíferas), que é dividida em oito espécies em apenas um gênero (Apis), as abelhas sem ferrão possuem dezenas de gêneros, tais como Trigona, Tetragonisca, Scaptotrigona, Melipona e muitos outros.
Apesar do nome, essas abelhas possuem ferrões, mas durante seu processo evolutivo essa ferramenta se atrofiou. Hoje, eles não possuem utilidade e essas abelhas são, com raras exceções, muito dóceis e não representam risco aos humanos. Apesar disso, elas desenvolveram métodos inusitados para se defender de inimigos, geralmente outros insetos, que vão desde morder até expelir substâncias que queimam ao contato.
Historicamente, muitas dessas abelhas sofreram uma exploração predatória por meleiros, com a retirada do mel sem o manejo correto, destruindo colônias na natureza, o que contribuiu para a diminuição das populações em algumas regiões. Hoje, a atividade de produção de mel com as abelhas sem ferrão está mais organizada e é conhecida pelo nome de meliponicultura.