Mudanças no uso da terra

A diminuição e/ou a alteração da cobertura quantitativa e qualitativa de vegetação natural, da biodiversidade, da ciclagem de nutrientes, da qualidade dos corpos d’água, da formação de solos, da decomposição de matéria orgânica, do controle biológico de pragas, da resistência a doenças e patógenos e dos serviços de polinização impactam diretamente, e de forma decisiva, a nossa segurança alimentar.

O desmatamento e a destruição de habitat naturais põem em risco a manutenção de recursos essenciais para a sobrevivência de polinizadores, em especial, as abelhas. Estes incluem locais adequados para fazerem seus ninhos (cavidades arbóreas, bambus, madeiras podres, substratos no solo), para obterem seus alimentos (flores que ofertem pólen e/ou néctar – fontes de proteínas, açúcares, vitaminas, minerais) e outros recursos necessários para sua sobrevivência (água, sombra, resina, fibras, óleo floral, barro).

Áreas naturais ou seminaturais dentro de paisagens agrícolas frequentemente oferecem tais recursos e são capazes de manter as populações de polinizadores. As extensas áreas com plantações não suportam comunidades mais ricas (com muitas espécies) e abundantes (com muitos indivíduos por espécie) de polinizadores, devido ao curto período de florescimento das culturas, o que resulta num curto período de disponibilidade de pólen e/ou néctar, ao baixo número de locais para formação de ninhos, à baixa riqueza de plantas que disponibilizam o pólen e/ou néctar e à aplicação de defensivos químicos.