O Brasil é referência mundial quando o assunto é criação de abelhas sem ferrão, também chamadas de abelhas nativas, e a Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA), é uma das pioneiras na pesquisa com esses insetos acumulando cerca de três décadas de trabalho. Parte desses resultados foi apresentada durante o International Stingless Bees Conference & Workshop, realizado na semana passada, na Malásia.
O evento, voltado para criadores, agricultores, estudantes, pesquisadores e tomadores de decisão, foi organizado pelo International Rubber Research & Development Board com o intuito de estimular a criação de abelhas sem ferrão entre os agricultores que cultivam seringueiras naquele país. O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e conselheiro da A.B.E.L.H.A. Cristiano Menezes foi um dos palestrantes convidados e abordou o tema “Multiplicação de colônias e manejo de abelhas sem ferrão para polinização agrícola e produção de mel”.
De acordo com o cientista, com a queda no preço da borracha os agricultores estão tendo dificuldades de renda e a produção de mel nas áreas de seringais é apontada como alternativa para a geração de renda extra. Ele explicou que a seringueira é uma planta com ótimo potencial para produção de mel, pois, “além das flores, que são altamente atrativas para as abelhas sem ferrão, a árvore possui nectários extraflorais nas folhas, que são glândulas de néctar que produzem substâncias açucaradas possibilitando a produção de mel em períodos fora da floração”, argumentou.
As tecnologias desenvolvidas pela Embrapa são fonte de pesquisa e têm atraído o interesse dos produtores e instituições governamentais da Malásia. Deste interesse, partiu o convite para que o pesquisador apresentasse os principais avanços obtidos no Brasil nos últimos anos, com destaque para as técnicas de produção de colônias que a Embrapa tem desenvolvido, especialmente, na produção de rainhas em laboratório, bem como nas técnicas de processamento de mel. “O Brasil é uma grande referência internacional nessas tecnologias”, reiterou o pesquisador.
Fonte: Embrapa Amazônia Oriental