O papel das abelhas na alimentação humana está muito além da produção mel e seus subprodutos. Esses insetos têm responsabilidade direta em cerca de 40% da produção mundial de alimentos por meio do serviço de polinização a uma infinidade de culturas agrícolas, além ainda de serem personagens centrais na garantia da biodiversidade de espécies vegetais em todo mundo.
Pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental estudam esses insetos há quase três décadas e desenvolvem projetos que contribuem para evitar declínio de polinizadores e garantir a sustentabilidade na produção de alimentos pela agricultura.
Parte dessa pesquisa será apresentada na sexta-feira (11), a partir das 9 horas, em Belém, iniciando com a reabertura para visitação pública ao Meliponário Iratama. O espaço é uma das principais ferramentas pedagógicas do projeto Meliponicultura e Educação Ambiental desenvolvido pela instituição e foi totalmente repaginado, com novo paisagismo e adequação das trilhas às normas de segurança e padrões lúdico-pedagógicos.
Com diversas caixas de abelhas sem ferrão, informações didáticas e uma diversidade de plantas melíferas, o meliponário recebe produtores rurais, pesquisadores e estudantes de todas as idades, contribuindo para o despertar do saber científico e o desenvolvimento das diversas cadeias produtivas associadas.
Os visitantes serão apresentados às espécies de abelhas nativas sem ferrão estudadas pela Embrapa e conhecerão um pouco de sua biologia, suas relações sociais e a utilização de cada espécie na cadeia produtiva de alimentos, seja na produção de mel, pólen e própolis, como em sua relação à produtividade de frutas e demais culturas vegetais. O passeio termina com a degustação do mel de abelhas das espécies uruçu cinzenta e amarela, bastante apreciadas no mercado.
Seminário
O evento segue à tarde, com seminário sobre meliponicultura no auditório Condurú, da Embrapa Amazônia Oriental. A programação inclui apresentações de especialistas sobre biologia, ecologia e conservação de polinizadores.
Por dentro do meliponário
O Meliponário Iratama, que na língua indígena tupi guarani quer dizer “casa das abelhas”, tem 600 metros quadrados com trilhas lúdico-pedagógicas apresentando os insetos aos visitantes, sua dinâmica social e produtiva.
As visitas monitoradas integram o projeto “Abelhas sem ferrão ensinam crianças e adultos a importância da conservação ambiental e uso sustentável dos recursos naturais”. O projeto acredita que esses insetos são um curioso e proveitoso instrumento didático, pois atraem a atenção, estimulam a curiosidade das crianças, adolescentes e adultos, e possuem características biológicas, ecológicas, econômicas e históricas muito relacionadas aos conceitos envolvidos na educação ambiental.
De acordo com Cristiano Menezes, por meio das abelhas é possível inserir a problemática ambiental e obter respostas práticas por parte das famílias e escolas envolvidas em ações de proteção ambiental e melhoria da qualidade de vida. Ele explica que a criação desses insetos pode ser uma fonte de renda extra à agricultura familiar além de uma atividade de conservação da biodiversidade. “Iniciativas como essa devem ser incentivadas, pois contribuem para um futuro mais equilibrado entre a produção agrícola e conservação da nossa biodiversidade”, enfatiza o pesquisador.
Até maio, as visitas estão reservadas para estudantes das escolas públicas na área de entorno da Embrapa Amazônia Oriental, como parte da programação “Embrapa nos 400 anos de Belém” e projeto Embrapa&Escola. Após esse período, estarão abertas as inscrições para as demais escolas da capital e região metropolitana.
Serviço
Apresentação do projeto Meliponicultura e Educação Ambiental e reabertura do Meliponário Iratama
11 de março de 2016
9 horas
Embrapa Amazônia Oriental (travessa Enéas Pinheiro s/n, bairro do Marco, Belém (PA)
Fonte: Embrapa Amazônia Oriental