Cultuadas ao longo da história por diversas civilizações como símbolo de riqueza, trabalho ou perseverança, as abelhas surgiram muito antes do homem, há mais de 100 milhões de anos.
Os insetos constituem a classe Insecta, que pertence ao filo Arthropoda e é dividida em várias ordens. Uma delas é a ordem Hymenoptera (himenópteros), que compreende as formigas, as vespas e as abelhas. Dentro dessa ordem, as abelhas pertencem à superfamília Apoidea (grupo Apiformes).
Acredita-se que elas se originaram a partir de um grupo de vespas, que, ao longo de milhões de anos de evolução, alterou a sua dieta habitual de insetos e ácaros, passando a se alimentar de néctar e pólen das flores para obtenção de nutrientes. Há também três espécies conhecidas de abelhas que se alimentam de carne, como algumas vespas fazem.
A abelha mais popular é a Apis mellifera (abelha melífera, europeia, do mel ou africanizada), famosa pelo ferrão e sua picada dolorida, e também por estar em todo o Brasil e por produzir a maior parte do mel que consumimos. Mas ela é apenas uma das cerca de 20 mil espécies existentes no mundo — no Brasil, já foram descritas 1678 espécies de abelha, porém os cientistas calculam que existam mais de 2.500 espécies, uma das maiores diversidades do planeta.
Outro grupo importante no País são as abelhas nativas sem ferrão, que não picam. Algumas delas, inclusive, fazem méis saborosos. São conhecidas também como abelhas indígenas ou meliponíneos, pois pertencem à tribo Meliponini.
Em comum, a Apis mellifera e as abelhas sem ferrão têm o fato de viverem em sociedade, construindo colônias em que podem viver dezenas de milhares de abelhas. Existem ainda as que preferem levar uma vida solitária.
As espécies de abelhas variam em tamanho, forma, coloração, hábitos de nidificação e modos de vida. Quanto ao modo de vida, de maneira geral, as espécies de abelhas podem ser divididas em três categorias: social, solitária e parasita.
Além das espécies sociais, existem as espécies de abelhas solitárias. Neste caso, uma única fêmea é responsável por todas as atividades do ninho, desde a sua fundação, construção de células de cria, coleta de recursos florais como pólen, néctar e óleos, defesa do ninho e postura de ovos. Geralmente, depois de um a dois meses, ela morre e não tem contato com as suas crias. As novas abelhas emergem como adultas e estão prontas para a reprodução, continuando o ciclo.
As abelhas solitárias usam diferentes locais para construírem seus ninhos. A maioria escava seus ninhos no solo, algumas constroem seus ninhos em cavidades preexistentes, como em células abandonadas de vespas e abelhas, em orifícios na madeira e em troncos de árvores. Para a construção dos ninhos, utilizam areia, barro, folhas, pétalas de flores, óleos florais e resinas como materiais de construção.
Entre o modo de vida social e solitário, existem outros níveis de organização, como comunal, subsocial e semissocial. A classificação se dá considerando a existência de sobreposição entre gerações, divisão de trabalho reprodutivo, cooperação entre as fêmeas do grupo e presença de uma fêmea dominante.
O terceiro modo de vida é formado pelas espécies de abelhas parasitas, que podem ser divididas em dois grupos: as parasitas de ninhada e as parasitas sociais. No parasitismo de ninhada as abelhas fêmeas não constroem ninhos e nem coletam pólen e néctar nas flores para alimentação das larvas. Em vez disso, elas invadem ninhos de outras abelhas solitárias e colocam seus ovos nas células de cria das hospedeiras. As abelhas parasitas sociais atacam somente colônias, ou seja, ninhos de espécies de abelhas sociais. Ao invadir uma colônia, a fêmea parasita social substitui a rainha dominante e passa a colocar ovos em seu lugar, utilizando-se do trabalho das operárias da colônia invadida para o cuidado com a sua cria.
Das mais de 20 mil espécies de abelhas conhecidas no mundo, aproximadamente 77% são solitárias, 9,5% são sociais, 13% são parasitas de ninhada e 0,5% são parasitas sociais.