Meliponini
Os Meliponíneos se dividem em dois grandes grupos. O primeiro é caracterizado pela presença de célula real, uma célula de cria maior em altura e diâmetro das demais células e onde uma rainha é criada. Esse grupo é o mais diverso em número de espécies e inclui os gêneros Trigona, Tetragonisca, Scaptotrigona, Nannotrigona, Oxytrigona, Cephalotrigona, Friesella, Frieseomelitta, Aparatrigona, Schwarziana, Paratrigona e muitos outros. Algumas delas são muito agressivas, como a Oxiotrigona tataíra (caga-fogo), que ao ser manejada libera uma substância ácida que queima a pele.
O segundo grupo é formado pelo gênero Melipona, caracterizado por não apresentarem célula real. Todas as células de cria possuem mesmo tamanho e contém similar volume de alimento larval. Assim, até 25% das crias femininas de um favo podem nascer como rainhas. Algumas espécies destas abelhas podem produzir aproximadamente 8 litros de mel.
As espécies mais conhecidas, como a jataí, mandaçaia, manduri, a mandaguari e a uruçu, constroem geralmente seus ninhos em cavidades existentes em troncos de árvores. Outras utilizam formigueiros e cupinzeiros abandonados ou constroem ninhos aéreos presos a galhos ou paredes.
Historicamente, muitas dessas abelhas sofreram uma exploração predatória por meleiros, com a retirada do mel sem o manejo correto e consequente destruição das colônias, o que contribuiu para a diminuição das populações em algumas regiões.
No decorrer do tempo, a exploração predatória cedeu espaço para a meliponicultura, que além de permitir a produção dos diversos tipos de mel, ainda contribui para a conservação das diferentes espécies. No Nordeste brasileiro, em especial nos estados do Maranhão, Rio Grande do Norte e Pernambuco, há diversos polos bem sucedidos de meliponicultura que exploram espécies locais como a tiúba, a jandaíra e a uruçu.