A descoberta de peças de cerâmica antigas com traços de cera de abelha aponta que os humanos começaram a consumir mel ainda no período neolítico, há 9.000 anos, quatro milênios antes de as primeiras ilustrações com referência à apicultura terem sido pintadas no Egito.
Resíduos do produto foram encontrados em vasos, potes e fragmentos colhidos em 160 diferentes sítios arqueológicos da Europa, do Oriente Médio e do norte da África. A descoberta foi descrita em estudo na revisa “Nature”, liderado pela geoquímica Mélanie Roffet-Salque, da Universidade de Bristol (Reino Unido).
Além de ser um possível indicativo do uso de mel como adoçante na alimentação, a cera também pode ter sido usada para impermeabilizar vasos de cerâmica porosos. O mais antigo dos vasos com o produto foi encontrado na Anatólia, no leste da atual Turquia.
“Temporalmente, demonstramos que produtos de abelhas eram explorados continuamente, e provavelmente de maneira extensa em algumas regiões, desde pelo menos 7.000 a.C., possivelmente preenchendo várias funções tecnológicas e culturais”, escrevem Roffet-Salque e colegas no estudo.
“A associação da abelha melífera e de comunidades de agricultores neolíticas data dos primórdios da agricultura e pode fornecer evidências sobre o início do processo de domesticação.”