Publicado no início de maio no Journal of Economic Entomology, um estudo brasileiro avaliou a dependência de culturas no trabalho dos polinizadores e estimou o valor econômico anual da polinização para cada cultura agrícola no Brasil.
Desenvolvida por pesquisadores da Escola Politécnica (EP-USP), do Instituto de Biociências (IB-USP) e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITVDS) e da Universidade Federal do Ceará (UFC), a pesquisa indicou que a contribuição econômica dos polinizadores totaliza quase 30% (aproximadamente US$12 bilhões) do valor total da produção agrícola nacional anual das culturas dependentes de polinizadores (totalizando quase US$45 bilhões).
No entanto, metade destes valores inclui a cultura da soja (US$5,7 bilhões de contribuição dos polinizadores e US$22 bilhões de produção anual). A soja foi apontada como uma cultura com dependência modesta de polinizadores, o que, segundo os pesquisadores, ainda é controverso, uma vez que a dependência deve variar entre as diferentes variedades cultivadas no Brasil.
Ao todo, 141 culturas foram analisadas na pesquisa, entre elas, café, maçã, maracujá, girassol, trigo, algodão arbóreo e cana-de-açúcar. Os resultados apontaram que 85 delas dependem de polinizadores e um terço do total apresenta dependência grande ou essencial de polinizadores.
O estudo reforça ainda que a proteção da diversidade biológica em ecossistemas agrícolas é crucial para manter as culturas que dependem dos polinizadores, principalmente abelhas. A intensificação sustentável da agricultura pode ser utilizada como forma de produzir alimentos e, ao mesmo tempo, minimizar o impacto ambiental.
O estudo The Dependence of Crops for Pollinators and the Economic Value of Pollination in Brazil, em PDF, está disponível na íntegra para assinantes aqui.