Dia 3 de outubro é comemorado o “Dia Nacional das Abelhas”, uma data para lembrar da importância delas para a sobrevivência de todo o Planeta. Além das várias abelhas chamadas de “apis” (que são exóticas e mais conhecidas), o Brasil é casa para mais de 200 espécies nativas, essas, inclusive, sem ferrão e que produzem um mel rico em substâncias antibióticas.
Agora, assim como várias outras espécies que vivem em ambiente urbano, as abelhas, de uma forma geral, têm uma grande capacidade de adaptação. A bióloga Karla Palmieri Tavares Brancher afirma que foi esse o resultado de uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Lavras, em parceria com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
“Ao longo dessa pesquisa coletamos abelhas em 6 cidades do sul de Minas (Alfenas, Lavras, Três Corações, Varginha, Pouso Alegre e Poços de Caldas), em áreas com diferentes percentuais de área pavimentada e áreas verdes. E o resultado surpreendeu”, conta.
De acordo com a pesquisadora, nas cidades mineiras foram coletadas um total de 132 espécies diferentes de abelhas. “Entre elas haviam abelhas que fazem ninhos no solo, abelhas que roubam pólen de outras espécies e abelhas metálicas, que muitas vezes são confundidas com moscas varejeiras”, explica ela.
“Encontramos ninhos em canteiros, em muros, em troncos de árvores, cercas, e até uma espécie de abelha das orquídeas fazendo ninho dentro de fechaduras”, completa.
A bióloga relata ainda que, com o aumento do percentual de área pavimentada, o número de espécies de abelhas diminuiu, e que o aumento nas áreas permeáveis, como áreas verdes e gramados se relacionou com um maior número de espécies de abelhas de vários grupos.
“Os cientistas acreditam que as cidades têm se tornado locais de refúgio para as abelhas pois dispõem de muitos recursos de nidificação e alimentação, como jardins com plantas ornamentais, parques e árvores nas calçadas”, explica. Até mesmo aquelas plantinhas que ocorrem nas rachaduras das ruas e em lotes vagos fornecem pólen e néctar para várias espécies de abelhas”, detalha.
“O conhecimento de como podemos preservá-las aqui do nosso lado é muito importante para a manutenção da biodiversidade”, alerta a pesquisadora. “Com essa pesquisa acreditamos que podemos conservar a vida delas e assim, evitar o desequilíbrio que a espécie vem sofrendo”, diz.
Fonte: G1 / Terra da Gente – Thaís Pimenta