Como se reproduzem

Na Apis mellifera, aproximadamente cinco dias depois de nascer, a princesa (ou rainha virgem) faz seu voo nupcial, no qual copula com diversos zangões. Depois disso, volta para a colônia e pode voar mais algumas vezes, embora não seja comum.

Já nas abelhas sem ferrão, a princesa realiza apenas um voo nupcial, se acasala com apenas um macho e, depois que retorna para a colônia, nunca mais a deixa. Por sua vez, o macho que teve a sorte de copular com a princesa cumpriu sua missão na terra: ele cai morto logo após o ato, pois seu órgão genital é rompido (fica preso no abdômen da fêmea).

Os espermatozoides introduzidos nas rainhas, no caso das abelhas sociais e nas fêmeas das abelhas solitárias, ficam armazenados pelo resto da sua vida reprodutiva num órgão chamado espermateca, que funciona como um banco de sêmen. 

Quando a rainha vai gerar uma cria (processo chamado de postura), o óvulo primeiro desce por um canal (oviduto). Se a rainha fertilizar o óvulo com um espermatozoide da espermateca, ela gera uma fêmea diploide ― com duas cópias de cada gene (o materno e paterno) em suas células.

Quando querem produzir machos, as abelhas fecham um canal da espermateca para impedir que os ovos sejam fertilizados. O resultado são machos haploides ― com apenas uma cópia do gene materno. Esse processo de gerar um indivíduo a partir de um óvulo não fecundado se chama partenogênese e acontece também com vespas e formigas. Com isso, os machos das abelhas nascem sem pai.

A ciência ainda não tem muita certeza por que o sistema reprodutivo desses insetos evoluiu assim. Uma hipótese é que favoreça as fêmeas incapazes de encontrar machos na natureza. Assim, elas conseguem gerar machos com os quais possam copular mais tarde.