As abelhas se alimentam de recursos florais, principalmente o néctar e o pólen. O néctar é coletado pelas abelhas utilizando a probóscide e representa a fonte de energia para os adultos e crias. O pólen é a principal fonte de proteína, vitamina e lipídeos e é disponibilizado para as larvas dentro das células de cria. A coleta deste recurso pelas fêmeas adultas requer manipulação das flores, tanto para a retirada do pólen contido nas anteras como para acondicioná-lo em estruturas de transporte de forma a não perdê-lo durante o percurso até o ninho.
Na maioria das espécies de abelhas, a adaptação mais comum para o transporte de pólen é uma escova de pêlos chamada escopa, localizada na tíbia das pernas posteriores ou na parte inferior do abdômen. Nas abelhas conhecidas popularmente como abelhas-das-orquídeas (tribo Euglossini), abelhas melíferas (Apini), mamangavas-de-chão (Bombini) e abelhas sem ferrão (Meliponini), a modificação na tíbia das pernas posteriores forma a corbícula, por isso são conhecidas como abelhas corbiculadas.
É dessa forma que as abelhas realizam a polinização. Em razão do movimento da abelha entre as flores, os grãos de pólen que ficam aderidos nos corpos podem ser levados ao estigma da mesma flor (autopolinização) ou de uma flor de outra planta da mesma espécie (polinização cruzada), o que resultará na fecundação e frutificação. Esse processo de polinização não é intencional por parte das abelhas, que visitam as flores apenas em busca de alimentos.
As operárias buscam esses alimentos (além de outros materiais necessários para a manutenção do ninho ou colônia) nos arredores imediatos do ninho, voando diariamente dentro de uma área de 500 metros a três quilômetros de distância, podendo ultrapassar essa distância no caso de falta de alimento. As operárias que têm esse papel em uma colônia são chamadas de forrageiras. Elas saem para essa lida diária com o nascer do sol e terminam esse trabalho com o pôr-do-sol. Caso encontrem novas fontes de recursos, elas comunicam para suas companheiras.
Outro recurso floral produzido por algumas famílias de plantas, como a aceroleira, é o óleo. Este recurso é coletado por algumas espécies de abelhas solitárias, principalmente as abelhas-de-óleo (tribo Centridini), para ser usado como revestimento das paredes internas e do fechamento das células de cria, além de misturado ao pólen para alimentar as larvas. O óleo floral é oito vezes mais rico em calorias do que o néctar.
Abelhas sociais (que vivem em colônias), em geral, estocam os alimentos colhidos no campo para se alimentar nos períodos de escassez de florações, como no inverno, e para garantir o crescimento da colônia e permitir a enxameação (formação de uma nova colônia) .
No caso do néctar, elas armazenam na forma desidratada: o mel. No caso do pólen, ele é fermentado e transformado no “pão da abelha” ou “saburá”.
Entre as abelhas-africanizadas (Apis mellifera), as larvas destinadas a se tornarem rainhas são alimentadas com uma dieta especial: a geleia real. Esse “superalimento” é rico em proteínas, vitaminas, sais minerais e hormônios sexuais e de crescimento. Ele é produzido em glândulas da cabeça das abelhas jovens. Esse menu especial alimenta a rainha, as larvas recém-nascidas durante os primeiros dias de vida e, especialmente, as larvas que irão originar uma rainha.
Entre as abelhas solitárias não existe o armazenamento de alimento como fazem as abelhas sociais. As fêmeas se alimentam de néctar e pólen diretamente nas flores e também levam para o ninho para oferecer para as suas crias.
Embora seja uma exceção, existem espécies de abelhas sem ferrão carnívoras. Isso mesmo, que se alimentam de carne e vísceras de animais mortos como fonte de proteína. Sabemos que três espécies do gênero Trigona, as mombucas carniceiras, tem esse hábito alimentar.
Recentemente foi descoberto que algumas espécies de abelhas sem ferrão dependem da ingestão de fungos para sobreviver. Os fungos crescem dentro das células de cria e são ingeridos pela larva. Sem o fungo, a larva morre.
Você sabia que as abelhas também são vidradas por cafeína? Algumas plantas secretam cafeína no néctar. E a abelhas são mais atraídas por néctar contendo altas doses desse estimulante natural e ficam “viciadas” nessas flores. Aparentemente é uma estratégia desenvolvida por causa da competição que existe entre as plantas para atrair seus polinizadores.
Pólen e néctar
O pólen e o néctar são parte crucial da alimentação das abelhas. É neles que elas encontram a proteína e o carboidrato que precisam, respectivamente.
O pólen carrega a célula reprodutiva (gameta) masculina das plantas com flores. Ele é produzido pelas anteras e deve alcançar o ovário de uma flor, seja a mesma ou de outra planta da mesma espécie para que ocorra a formação de frutos e sementes. Geralmente isso só é possível com uma ajudinha externa, no caso, o vento, a chuva ou animais polinizadores, como as abelhas.
O néctar, por sua vez, é uma solução de açúcares, principalmente sacarose, glicose e frutose, em água em uma proporção que varia de 3% a 87%. Ele ainda contém diversas outras substâncias complexas que determina o seu aroma, sabor e características nutritivas.