BPBES mapeia as espécies exóticas invasoras (EEI) presentes em território brasileiro

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Em relatório inédito, a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) fez o mapeamento das espécies exóticas invasoras (EEI) presentes em território brasileiro. O documento destaca os principais impactos para o País e aponta caminhos possíveis para a contenção do problema.

O relatório mapeia 476 espécies invasoras em território brasileiro, sendo 268 animais e 208 plantas e algas, em sua maioria nativas da África, da Europa e do sudeste asiático. A lista inclui seres vivos como a tilápia, o javali, o mexilhão-dourado, o sagui (foto), o pínus, o tucunaré, o coral-sol, o búfalo, a mamona e a amendoeira-da-praia.

O “Relatório Temático sobre Espécies Exóticas Invasoras, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos” conceitua o problema, lista as espécies, suas principais formas de introdução e os ambientes que ocupam e aponta os impactos provocados e as medidas de gestão recomendadas para o Brasil enfrentar essa ameaça em curto, médio e longo prazos.
O relatório inclui na lista de animais exóticos subespécies de Apis mellifera, em especial a abelha-africana (Apis mellifera scutellata), introduzida no país para fins de melhoramento genético e que, após um escape acidental, cruzou com subespécies europeias já presentes no Brasil, dando origem à uma híbrida, a abelha-africanizada, hoje largamente disseminada no país.

O relatório apenas cita os problemas de saúde ocasionados pela presença da Apis mellifera no país e atenta para a falta de estudos sobre os possíveis impactos ambientais da introdução do inseto.

Outra abelha citada no documento é a Bombus terrestris, uma abelha-mamangava de origem europeia que, após introdução no Chile para polinização agrícola, se disseminou e ameaça de extinção outra abelha local, a Bombus dahlbomii. O relatório alerta que a Bombus terrestris já está na Argentina e pode chegar no Brasil em breve.

Bumblebee Bombus terrestris By Alvesgaspar
Bombus terrestris por Alvesgaspar

O relatório do BPBES também cita algumas plantas exóticas que são conhecidas de quem que se preocupa com as abelhas: o nim (Azadirachta indica) e a espatódea (Spathodea campanulata), cujas flores produzem substâncias tóxicas para alguns insetos. O relatório alerta que, apesar do potencial impacto dessas árvores, elas ainda são pouco estudadas.

Saiba mais e baixe o relatório no site do BPBES: Relatório Temático sobre Espécies Exóticas Invasoras, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos – BPBES