Um dos maiores problemas com produtos químicos é o fato de que, após um tempo, as pragas acabam criando resistência ao produto. E o que fazer quando o maior inimigo das flores torna necessária a utilização de vários tipos de substâncias? O ácaro-rajado, que também afeta plantas, como morango, pêssego, feijão e algodão, é tão persistente que alguns produtores de flores, por exemplo, têm obtido níveis de controle abaixo de 20%.
Por isso, o Instituto Biológico realizou uma série de estudos junto a produtores em Holambra e Arujá para avaliar a resistência dos ácaros que mais comumente atacam as flores. A partir dessas análises, realizadas em laboratório, foi desenvolvida uma tecnologia para combater a praga. Foram selecionados ácaros-predadores, como o Neoseiulus califormicus, e o Phytoseiulus macropolis, que atacam apenas o ácaro-rajado. Essas espécies se alimentam de ovos de outros ácaros, além de ácaros jovens.
Com a técnica, já foi possível diminuir em 70% a aplicação de acaricidas em gérberas e crisântemos, em produtores do Estado de São Paulo. No caso de rosas e orquídeas, os resultados foram ainda mais promissores: a necessidade de utilização de produtos químicos para combater ácaros praticamente zerou, segundo o Instituto Biológico.
As principais vantagens do método, segundo o Instituto Biológico, são o baixo impacto ambiental, a menor necessidade de aplicar produtos químicos e uma redução das horas de trabalho necessárias para o controle de pragas. Em geral, os trabalhadores rurais precisam passar por um treinamento para utilizar os acaricidas e, conforme o nível de infestação, pode ser necessário fazer três aplicações por dia em campo.
Fonte: Sou Agro