A expansão da meliponicultura e os esforços para a conservação da maioria das espécies de abelhas sem ferrão é limitada principalmente por causa da baixa taxa reprodutiva de colônias, tanto na natureza quanto em meliponários. Entretanto, as espécies do gênero Melipona costumam produzir um número excessivo de rainhas virgens, que são eliminadas pelas operárias.
O pesquisador da Universidade Federal do Ceará, Breno Freitas, apresentou no Filapi 2022 os resultados de um trabalho em que sua equipe desenvolveu um método para aproveitar o excesso de rainhas virgens produzidas em colônias de Melipona subnitida para produzir novas colônias usando os recursos mínimos possível das colônias mães.
Para tanto, os pesquisadores avaliaram as rainhas virgens quanto à sua aceitação pelas operárias e o estabelecimento de novas colônias como consequência de seus comportamentos interativos e suas respostas fisiológicas. Também avaliaram o sucesso de acasalamento das rainhas aceitas e o estabelecimento de novas colônias em meliponários em diferentes ambientes e contextos de produção de machos.
Os resultados mostraram que a idade das rainhas virgens de Melipona subnitida não é um fator limitante para sua aceitação pelas operárias, mas a existência de agregados de machos é essencial para a fertilização e o estabelecimento das novas colônias.
“O método teve uma taxa de sucesso de 36,7%, produzindo uma nova colônia para cada três rainhas que seriam desperdiçadas. Mostrou-se promissor para produzir um grande número de novas colônias descendentes de rainhas virgens que normalmente são eliminadas, com pouco uso de recursos e em um curto período”, afirma o pesquisador e membro do Comitê Científico da A.B.E.L.H.A..
Embora testado apenas em Melipona subnitida, o método tem potencial para ser usado com outras espécies de Melipona.