A implantação de uma unidade de processamento de mel tem ajudado a reorganizar e impulsionar a atividade, em São Domingos do Prata, região central de Minas Gerais. Antes os apicultores trabalhavam individualmente, o que dificultava bastante na hora de processar o mel e vender o produto. Com a unidade de processamento, a realidade é diferente. O grupo conseguiu aumentar a produção e ampliar o acesso ao mercado.
Para se reorganizarem, os apicultores procuraram os extensionistas da Emater-MG. O primeiro passo sugerido pelos técnicos da empresa foi a criação de uma associação. Para o extensionista da Emater-MG, Aloísio Porto Santos, isso gera uma série de benefícios. “Produção em escala para a comercialização, obtenção de melhores preços do mel e derivados, realização de compra e venda em grupo”, diz o técnico.
A Associação dos Apicultores de São Domingos do Prata (AAPISPRATA) tem 25 membros. A Emater-MG ofereceu todo o suporte para que a entidade fosse criada em 2003. Alguns anos depois ocorreu a implantação de uma unidade de processamento de mel.
Na época, o principal problema enfrentado pelo grupo era a falta de recursos. Mais uma vez, a Emater-MG em parceria com a Prefeitura de São Domingos do Prata ajudou os produtores. Por meio do Minas Sem Fome, programa estadual coordenado pela Emater-MG, foram destinados à associação cerca R$ 80 mil para a compra de equipamentos e material de construção. A prefeitura ficou responsável pela contratação de mão de obra e doou uma máquina de sachê.
“Essa era uma necessidade e anseio antigo dos apicultores. Individualmente eles não possuíam recursos para adquirir os equipamentos para processar o mel”, relata o técnico da Emater-MG.
A unidade de processamento é completa. Tem decantadores, centrífuga, descristalizador, alveolador mecânico, balanças e peneiras galvanizadas entre outros equipamentos. De acordo com Aloísio Santos, o investimento resultou no aumento de 30% da produção de mel do grupo. A comercialização também melhorou em 30%.
Antes da implantação da unidade, José Martins Barony processava o mel de sua propriedade em um quarto pequeno e numa modesta centrífuga manual. “Era bem mais difícil e a gente chegava a perder mel”, diz o Barony.
Segundo o apicultor, que trabalha na atividade há 18 anos, a criação da associação ajudou a fortalecer e a profissionalizar o grupo. José Barony ressalta que unidade de processamento melhorou a qualidade do produto do grupo e ajudou a agregar valor. “ Melhorou demais. O nosso mel tem mais qualidade e vendemos por um preço melhor”, diz o produtor. Atualmente, cerca de 50% da produção da associação é vendida para uma empresa de Ipatinga, na região Leste de Minas Gerais, que exporta o produto para a Europa.
Fonte: Revista Produz