O agronegócio brasileiro vive um momento desafiador. Enquanto bate recordes de produtividade e relevância no PIB do País, a atividade é cada vez mais demandada para a adoção de práticas sustentáveis. Entre os desafios, está a convivência de grandes cultivos com a atividade de criação de abelhas.
As novas tecnologias podem ser importantes aliadas de produtores para transformar essa relação no campo e ajudar a conservar os insetos polinizadores. É o caso do GeoApis, uma ferramenta de relacionamento voltada para a coexistência harmônica e sustentável entre grandes culturas agrícolas e a apicultura.
O produto pioneiro oferecido pela agrotech Converge para produtores rurais e agroindústrias inclui um aplicativo para smartphone, o GeoApis, que conecta agricultores e criadores de abelhas vizinhos, apoiando a construção de um relacionamento baseado no diálogo e respeito mútuo. Não por acaso, a solução digital é conhecida como “Tinder das Abelhas”.
Ganha-ganha
“O aplicativo dá os canais necessários para a construção de um relacionamento mais racional e amigável entre as atividades, permitindo ganhos mútuos”, explica Elaine Basso, CEO e fundadora da startup. O agricultor ganha em diversas frentes: “Redução de conflitos agrários, adoção de práticas sustentáveis e até de produtividade, com o serviço ecossistêmico prestado pelas abelhas, como a polinização.”
Já o apicultor conta com a oferta segura de alimento para as suas abelhas (o pólen e o néctar das floradas dos cultivos). Culturas como laranja, eucalipto, soja, café e tantas outras são excelentes pastos apícolas. Por isso, são bastante cobiçadas por produtores de mel, que instalam suas caixas de abelhas dentro da propriedade ou nos limites do cultivo.
No entanto, muitas vezes o proprietário do cultivo desconhece a existência de apiários em sua propriedade, o que dá margem para acidentes. Tanto o de contaminação das colmeias por defensivos agrícolas — gerando prejuízo ao apicultor –, quanto o de funcionários das fazendas sendo ferroados por abelhas — o que pode até levar à morte.
Produtores de cultivos que não dependem diretamente das abelhas também têm interesse pela adoção dos serviços da Converge. É o caso da cana-de-açúcar, que não é um cultivo de interesse apícola, mas é comum a existência de apiários nas áreas de vegetação nativa das propriedades, como as de Reserva Legal (RLs), para a produção de mel silvestre. Por isso, o interesse dos canavieiros pela adoção do produto GeoApis.
Parceria
A tecnologia inovadora desenvolvida pela Converge permite o georreferenciamento dos apiários e a comunicação direta entre as partes. A equipe da startup cadastra todos os apicultores no entorno das fazendas. Pelo celular, o apicultor fornece ao proprietário a localização das caixas de abelhas. Pelo app e outras soluções digitais, as partes se comunicam ao realizar seus respectivos manejos. Por exemplo, o gestor da fazenda compartilha sua programação de aplicação de defensivos, para que o apicultor faça o manejo adequado de seu apiário.
Esse diálogo elimina os riscos de acidentes e, o que antes poderia ser conflito, se transforma em parceria. O serviço inclui consultoria de boas práticas apícolas e agrícolas oferecido por especialistas de diversas formações: agrônomos, biólogos e engenheiros florestais e de tecnologia da informação.
“A inovação promovida pela Converge com o GeoApis não é apenas tecnológica, mas também de muita conciliação de extensão no campo, melhorias contínuas em adoção e adequação de práticas sustentáveis e conhecimento da realidade de ambos os lados”, afirma a CEO.
O GeoApis surgiu em 2016 dentro da A.B.E.L.H.A., como um projeto para estimular o convívio harmônico entre agricultura e apicultura. Em 2020, a iniciativa deu origem a uma empresa independente, a Converge Consultoria Agronômica, apoiada pela Associação.
Para mais informações, acesse https://geoapis.tech/.