Saiba mais sobre o Projeto Polinizadores do Brasil

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) está traçando os contornos gerais para uma política pública voltada aos polinizadores. O assunto foi debatido por especialistas no fim de março, em Brasília, durante o seminário que apresentou os resultados do Projeto GEF Polinizadores Biodiversidade e Agricultura.

Inserido em uma iniciativa internacional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environmental Facility – GEF), o projeto Conservação e Manejo de Polinizadores para uma Agricultura Sustentável através da Abordagem Ecossistêmica foi aprovado pelo GEF em junho de 2008 e teve seu início em março de 2010 – com duração de cinco anos e um orçamento de mais de US$ 20 milhões (R$ 62,8 milhões), desde a fase de elaboração até a implantação total. Desse total,  US$ 3,5 milhões foram destinados ao Brasil, que escolheu o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO como agência responsável por sua execução.

O Projeto foi implantado em sete países: Brasil, África do Sul, Gana, Índia, Nepal, Paquistão e Quênia. No Brasil, seu desdobramento é o Projeto Polinizadores do Brasil, que reuniu esforços para estudos em cultivos de algodão, caju, canola, castanha-do-brasil, maçã, melão e tomate, gerando pesquisas científicas e atividades de difusão científica, de capacitação e conscientização ao longo dos últimos cinco anos. Os resultados das pesquisas estão beneficiando todos os participantes da cadeia produtiva, de estudantes a produtores rurais e criadores de abelhas. As pesquisas foram selecionadas por meio de um Edital Público, lançado em 2009 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e que contou com recursos do MMA/GEF/FUNBIO/MCTI-Fundo Setorial do Agronegócio.

Os pesquisadores responsáveis pelos estudos indicaram recomendações a serem seguidas, entre as quais se destacam:

  • Conservar áreas naturais, mantendo a vegetação nativa próxima à área de cultivo;
  • Colocar e manejar as colmeias de abelhas próximas às áreas de cultivo, melhorando a qualidade da sua lavoura;
  • Revolver o mínimo possível o solo, mantendo a matéria orgânica (pois existem abelhas que fazem seus ninhos no solo);
  • Não aplicar defensivos nos horários de visita dos polinizadores ao cultivo (geralmente, pela manhã);
  • Recuperar a vegetação nativa utilizando plantas que atraem e alimentam os polinizadores;
  • Colocar gomos de bambu ou troncos de madeira morta para as abelhas fazerem seus ninhos;
  • Reduzir e, quando possível, eliminar o uso de agrotóxicos;
  • Cultivar plantas atrativas aos polinizadores nas proximidades da lavoura e em seu jardim;
  • Criar um canal direto de contato com os criadores de abelhas. A Instrução Normativa conjunta número 1 do Ministério da Agricultura (Diário Oficial 04/01/2013) indica que é responsabilidade dos produtores rurais avisarem aos apicultores presentes num raio de 6 km da cultura, e com 48hs de antecedência, sobre atividades de pulverização aérea.

Os resultados do Projeto Polinizadores do Brasil contribuem para a conscientização de agricultores e da população em geral sobre a importância da conservação e o uso sustentável dos polinizadores – para garantir, entre outros benefícios, a melhoria da qualidade, da quantidade da produção agrícola e do rendimento econômico.

 

Informações sobre o Projeto Polinizadores do Brasil, os resultados das pesquisas e o material gerado estão disponíveis em Polinizadores do Brasil e em Sem Abelha, Sem Alimento.

 

Fontes: Portal Brasil, Ministério do Meio Ambiente – MMA, Funbio, Projeto Polinizadores do Brasil e Global Pollinators Initiative