A Reserva Extrativista (Resex) Riozinho do Anfrísio, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na Terra do Meio, sudoeste do Pará, acaba de promover oficina de criação de abelhas sem ferrão (meliponicultura).
A iniciativa, que teve a participação de moradores das várias comunidades da Resex, contou com parceria do Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio, em Altamira (PA), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Instituto Socioambiental (ISA). A oficina ocorreu durante dois dias no fim de julho, após reunião do conselho deliberativo da reserva.
Importância para sustentabilidade ambiental
No primeiro dia, o professor Plácido Magalhães, do curso de Educação no Campo da Faculdade de Etnodiversidade da UFPA, fez uma apresentação sobre as características biológicas e ecológicas das abelhas sem ferrão e sua importância para a sustentabilidade ambiental. Em seguida, moradores relataram suas experiências com a coleta de mel e conhecimentos das abelhas sem ferrão na Resex.
No segundo dia, os participantes da oficina aprenderam a técnica para a montagem das caixas de madeira para fixação dos ninhos, transferência das colmeias para as caixas, além dos procedimentos mais indicados para o manejo das abelhas e divisão das colmeias.
As espécies de abelhas abordadas durante o curso foram a popular Jandaíra e a Moça Branca, mosquito e mosquitinho. A primeira, que produz muito mel e é mais fácil de ser cultivada, é a preferida entre os moradores.
Nova etapa do projeto
Ao final do curso, foi anunciada uma nova etapa do projeto, que deverá ser realizada ainda neste semestre e consistirá no recebimento de colmeias oriundas do processo de supressão vegetal em andamento na área de construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. A ideia é, com isso, expandir o projeto de criação das abelhas para outras unidades de conservação (UC) da região, como as Resex do Rio Iriri e do Rio Xingu.
Segundo Victor Sacarddi, da gestão da Resex do Riozinho do Anfrísio, a produção do mel das abelhas sem ferrão será utilizado, prioritariamente, como reforço alimentar pelos moradores da reserva. O excedente será comercializado na cidade como uma alternativa de renda para as famílias produtoras.
Camila Bonassio, do ISA, disse que os participantes da oficina mostraram muito interesse pela meliponicultira. “Como essa é uma atividade que contribui muito para a conservação da biodiversidade e possui um grande mercado potencial, acreditamos que ela deva ser fomentada nas reservas extrativistas por meio da realização de oficinas e intercâmbios”, acrescentou.
Fonte: Instituto Chico Mendes