Matheus Minotto tem apenas 11 anos, mas o entusiasmo do aluno do Sesi de Criciúma (SC) com o projeto que ajudou a desenvolver é tão envolvente que fica impossível para um visitante da Olimpíada do Conhecimento não acabar se unindo por alguns minutos à concentração de curiosos em frente ao seu estande.
O projeto apresentado por ele e outras cinco crianças e seis adultos da mesma unidade do ensino técnico é uma solução para reduzir o número de mortes de abelhas no período do inverno.
“A gente viu que no inverno de 40% a 90% das abelhas morrem. Fomos à casa de um apicultor que já usava esta ideia e vimos que dá certo”, disse, atropelando as palavras diante da empolgação. A estratégia do grupo do Sul, região que sofre constantemente com o frio, foi desenvolver um bloco de concreto que tem um aquecedor instalado internamente. O invento é colocado debaixo das colmeias, evitando que, para se aquecerem, as abelhas usem toda a sua energia se movimentando dentro do espaço.
“Como a colmeia, neste período, fica abaixo de 34ºC, elas se debatem para se aquecer e perdem energia. Para reabastecer precisam de alimento, e, no inverno, morrem de forme porque tem pouco alimento”, explicou o pequeno inventor.
Cleber Júnior é professor de educação tecnológica da equipe catarinense e não esconde o orgulho do pequeno Matheus. Ele explicou que a equipe foi formada pelos destaques entre os alunos e que a pesquisa foi inspirada no tema definido para o Festival e Torneio de robótica deste ano – animais aliados ao homem – e pela realidade climática da região em que vivem. “A solução do bloco de concreto é ainda mais barata para o apicultor que, se optar por um sistema de colmeia aquecida, vai gastar entre R$ 200 e R$ 300. O bloco custa cerca de R$ 13”, acrescentou.
Olimpíada do Conhecimento
Realizado no início deste mês, o evento reuniu equipes de vários Estados, que trouxeram experiências com o mesmo tema para competir na modalidade de Robótica. Cleber Júnior explicou que a Olimpíada do Conhecimento é uma fase inaugural de um torneio nacional e internacional que é o foco destes alunos. Depois do resultado aqui em Brasília, têm início as fases regionais, que resultam na final com os melhores nomes para representar o Brasil internacionalmente.
Fonte: Agência Brasil – Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil