Projeto da Fiemg beneficia cerca de 300 apicultores no Jequitinhonha

Crédito Malte Eismann

As ações desenvolvidas no âmbito do Programa de Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Apicultura no Alto e Médio Jequitinhonha, executado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), devem impulsionar a produção de mel na região. O objetivo é a estruturação do entreposto do produto, localizado em Turmalina, que neste ano receberá R$ 91 mil para custeio. A ideia é estimular a produção de mel e eliminar os atravessadores, garantindo maior renda para os apicultores.

Ao longo deste ano estão sendo realizadas a capacitação da mão de obra, aquisição de equipamentos para adequação da estrutura do entreposto, consultoria técnica para obtenção do Selo de Inspeção Federal (SIF) e registro da marca de comercialização (Mel do Jequitinhonha).

De acordo com a regional da Fiemg local, o Programa de Fortalecimento, recebeu, entre 2013 e 2014, R$ 310 mil, oriundo da entidade e do governo de Minas em ações para consolidar a atividade, estruturando os empreendimentos em bases cooperativas e fortalecendo o entreposto de mel, que hoje reúne 34 produtores associados e beneficia cerca de 300 apicultores de 31 municípios da região. O produto é comercializado em vários estados.

Todo investimento tem como objetivo ampliar, ao longo dos próximos anos, o número de apicultores e a produção de mel na região. A produção vem crescendo, principalmente após as grandes empresas proprietárias das áreas de eucalipto permitirem o uso do espaço para abrigar as colmeias dos pequenos apicultores.

“Esse trabalho consorciado tem rendido bons frutos tanto para os apicultores, que podem desenvolver a atividade, como para as empresas, já que a presença dos produtores garante segurança e ajudam a monitorar risco, como o de incêndios por exemplo”, avaliou o técnico regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Geraldo Majela Coimbra.

Evolução

Para a gerente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) – unidade Turmalina, Maria Etelvina Andrade Câmara, a parceria firmada junto às empresas produtoras de eucalipto tem permitido a evolução do setor e da comunidade.

Ao ceder o espaço aos produtores, que tem no mel uma fonte de renda, as empresas recebem em contrapartida uma parte da produção, que é destinada às escolas e entidades filantrópicas. Etelvina acredita que a estruturação do entreposto dará novo folego à produção regional.

“Nosso mel é de alta qualidade, mas precisamos agregar valor e buscar novos mercados. Atualmente a atuação dos atravessadores desestimula a atividade, já que eles ficam com todo o lucro e o produtor recebe pouco pelo produto. Com o entreposto a negociação será direta, garantindo renda para os apicultores”, enfatizou.

O mel entregue no entreposto será beneficiado e fracionado em potes e sachês. A proposta é conquistar certificações orgânicas e de comércio justo. Também está nos planos as negociações com o mercado externo.

Dentre os desafios a serem superados estão a necessidade de capacitação dos apicultores e demais envolvidos na atividade, a expansão do mercado, o acesso à assistência técnica e a superação dos problemas relacionados a morte das abelhas.

Segundo Coimbra, por estarem localizadas nas florestas plantadas, muitas colmeias são eliminadas quando é utilizado defensivos para o combate às pragas que acometem a cultura do eucalipto.

Fonte: Diário do Comércio