Primavera estimula produção em meliponários municipais em Salvador

A primavera, além de possibilitar a floração das plantas e fartura dos frutos, estimula também a polinização das abelhas nos meliponários. Os equipamentos, implantados pela Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis) desde o início deste ano, têm como objetivo potencializar as hortas urbanas com a polinização e a perpetuação de espécies de abelhas.

A bióloga Jaqueline Gonzaga, que também é supervisora do Programa Hortas e Pomares Municipais da Secis, explica que as abelhas têm um papel fundamental no meio ambiente para o equilíbrio do ecossistema e reprodução das plantas. Isso porque, na busca do pólen, realizam o processo de polinização, fator indispensável para reprodução de cerca de 80% das plantas.

“Além de ser importante para a biodiversidade vegetal, o processo é fundamental para algumas espécies frutíferas, como tomate, cajá, laranja, morango, pepino e pimentão”, diz Jaqueline.

No total, a cidade tem 14 meliponários. As colmeias estão situadas nas hortas comunitárias no bairro do Imbuí, Jardim das Margaridas, Coutos e Stella Mares, além de nove unidades instaladas no Parque da Cidade. Cada meliponário possui capacidade para mais de 350 abelhas. Essas estruturas também ajudam a preservar a espécie Uruçu, que é típica na região do Nordeste e não possuem ferrão.

As caixas de madeira possuem base de sustentação de eucalipto, para ajudar na fixação da estrutura e telha de proteção. Para manter as abelhas protegidas são utilizadas folhas de acetato e esponjas com óleo queimado em torno da estrutura, para não atrair formigas, lagartixas e outras espécies que podem danificar as estruturas.

Além disso, as caixas recebem cuidados de limpeza e são envolvidas por fitas adesivas para manter a temperatura. Inclusive, contam ainda com as camadas protetoras de geoprópolis (mistura de barro e própolis) produzido pelas abelhas.

O mel produzido é destinado para reserva alimentícia das abelhas, que depende da estação. “Em tempos de chuva, elas não saem para buscar alimentos nas flores. Então, as alimentamos com água e açúcar e duas gotas de limão, chá de erva cidreira ou capim santo, sempre em temperatura ambiente. O dia de alimentação depende muito da reserva alimentícia que elas têm na caixa. Já na Primavera, esse cuidado não é necessário devido à abundância de florada”, relata Jaqueline.

As abelhas operárias têm um ciclo de vida curto, entre 45 a 50 dias. Costumam trabalhar mais dentro da caixa e, quando saem, talvez não voltem, devido às questões climáticas e predadores. Elas podem ir até 2,5 quilômetros e retornar para a colmeias. Já a abelha rainha fica na caixa durante três anos.

Capacitação – Em dezembro de 2019, a Secis promoveu um curso de capacitação prático e teórico, ministrado pelo especialista Pedro Viana e com duração de três dias, para pessoas interessadas em ter um meliponário. No total, cerca de 60 pessoas participaram da capacitação. Em virtude da pandemia do novo coronavírus, a realização de novas edições do curso está suspensa.

Fonte: Diga Bahia

Crédito da imagem em destaque: Jefferson Peixoto/Secom