Importante indicador de sucesso nos trabalhos de recuperação ambiental, a presença de abelhas é objeto de estudos realizados pela Petrobras em sua Unidade de Industrialização do Xisto, a SIX, em São Mateus do Sul, Paraná. O programa de recuperação das áreas de xisto mineradas é desenvolvido pela Petrobras desde que a companhia iniciou a exploração do xisto, há quase 40 anos.
O estudo da biodiversidade nessas áreas é realizado anualmente, desde 2009, e aponta ampla variedade de espécies existentes nas áreas recuperadas, guardando grande semelhança com áreas com pouca intervenção do homem. Dentre as espécies de mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e insetos, são estudadas as comunidades de abelhas.
Utilizando uma rede entomológica (especial para insetos), biólogos especialistas em estudos da apifauna coletam os insetos em diferentes sítios de acompanhamento da biodiversidade na área da SIX. Após a coleta em campo, as abelhas são catalogadas no banco de dados do Laboratório de Abelhas Nativas e depositadas na Coleção Josefina Steiner, ambos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Com base nos relatórios dos estudos realizados nos últimos anos, é possível afirmar que na SIX há uma apifauna com riqueza de espécies considerada alta. “Os resultados são muito bons, pois se assemelham com áreas naturais”, afirma o engenheiro de meio ambiente da Petrobras, José Augusto Castilho. Por meio do estudo, nota-se também a evolução do processo de recuperação de áreas em seus diversos estágios.
Números animadores
Em 2014, foram coletados 2.846 indivíduos de 118 espécies, das quais 14 representam registros novos para a SIX, ou seja, espécies que não haviam sido coletadas em anos anteriores.
Somadas todas as coletas, um total de 238 espécies já foram registradas na SIX, número que representa 53% das espécies de abelhas que ocorrem em todo o estado do Paraná. Duas dessas espécies são ameaçadas de extinção, mas tiveram registros em todos os anos de estudos na SIX: as abelhas-sem-ferrão caga-fogo (Oxytrigona tataíra) e a guiruçu (Schwarziana quadripunctata).
Outro fator interessante é a proporção entre espécies nativas e africanizadas. As abelhas nativas precisam de um ambiente mais preservado para se desenvolverem. Nas áreas em estágios mais avançados de recuperação da SIX a proporção entre abelhas nativas e africanizadas é muito próxima da encontrada em áreas de mata natural. Os bons resultados se repetem para as demais espécies de animais existentes nas áreas recuperadas de mineração de xisto do local.
Fonte: Bem Paraná