Polinização é a transferência do pólen contido na antera (estrutura masculina) para o estigma (estrutura feminina) da flor. Dessa forma, o gameta masculino contido no pólen alcança o gameta feminino (óvulo) e o fecunda. A fecundação permite a formação de frutos e sementes que darão origem a novas plantas, garantindo a manutenção de suas populações que sustentam a biodiversidade.
A polinização pode ser de dois tipos, autopolinização ou polinização cruzada. Na autopolinização, uma flor recebe seu próprio pólen ou pólen de outras flores do mesmo indivíduo. Já a polinização cruzada ocorre quando uma flor recebe pólen de flores de outros indivíduos da mesma espécie de planta. Experiências mostram que plantas autopolinizadas frequentemente produzem poucos frutos, frutos menores ou deformados.
A polinização pode ser realizada pelo vento (como em pinheiros, milho, trigo, arroz), pela água (como em algumas plantas aquáticas), pela gravidade, ou por animais, como as abelhas, moscas, besouros, borboletas, beija-flores, morcegos, lagartos, entre outros, chamados de agentes polinizadores. No mundo, aproximadamente 87,5% das plantas com flores é polinizada por animais e depende destes para sua reprodução, chegando a 94% das plantas nas comunidades tropicais.
Mesmo com a riqueza de agentes polinizadores, as abelhas são as mais eficientes, pois a grande maioria alimenta-se exclusivamente de recursos florais. Além de servirem como fonte de alimento (pólen, néctar e óleo), os recursos florais são utilizados pelas abelhas como componentes das células de cria (óleo, resina), na construção dos ninhos (resina) e no comportamento reprodutivo para a atração de fêmeas (perfume). É válido ressaltar que a polinização das flores pelas abelhas não é programada, mas acidental.
Outra característica que torna as abelhas eficientes polinizadores é a presença de pêlos plumosos que cobrem o corpo. Ao visitarem as flores, os grãos de pólen ficam aderidos aos pêlos e, ao pousarem em outra flor de um indivíduo da mesma espécie de planta, o pólen pode ser depositado no estigma de acordo com o comportamento da abelha na flor, completando a polinização.
No Brasil, o número de espécies de plantas polinizadas por abelhas pode variar de 49% a 89%, dependendo da formação vegetal considerada, a exemplo de Cerrado, formações semiáridas, campestres e litorâneas.