Pesquisa brasileira busca confirmar a origem do pequeno besouro das colmeias no Brasil

Recém publicado na revista científica Apidologie, um estudo realizado por pesquisadores do Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ/USP relatou a identificação molecular da suposta origem da invasão do pequeno besouro das colmeias, Aethina tumida,  na América do Sul.

Nos últimos 30 anos, o pequeno besouro das colmeias chamou atenção após uma série de invasões bem-sucedidas em várias regiões do mundo. Nativo da África, ele  teve a primeira introdução relatada nos Estados Unidos, em 1988. A suposta rota de invasão ocorreu pela Carolina do Sul e, posteriormente, se espalhou para a Geórgia e a Flórida. Posteriormente, foram relatadas invasões na Austrália, na Itália, no México, na América Central e no Brasil.

O ritmo acelerado da expansão das populações do pequeno besouro mobilizou esforços para: 1) entender a origem das invasões e as chances de sucesso em um novo ambiente; 2) mitigar os danos causados em colmeias de abelhas manejadas e silvestres, e; 3) determinar medidas regulatórias do movimento nacional e internacional de mercadorias e produtos apícolas.

No estudo, os pesquisadores relataram que os espécimes de A. tumida encontrados no Brasil possuem o mesmo haplótipo mitocondrial (combinação de genes que são transmitidos juntos para os descendentes) que os besouros que estão presentes na América do Norte.

Possivelmente, as populações-fontes da invasão do pequeno besouro no Brasil sejam da Geórgia e da Flórida. Desta forma, os pesquisadores indicam que investigações adicionais são necessárias para entender a dinâmica populacional, bem como para orientar estratégias de controle imediato e manejo integrado de A. tumida em longo prazo no País.

O estudo Updating the saga of the small hive beetle (Aethina tumida): molecular inference of the origin of the South American invasion, de Cordeiro EMG, Soares, PL, Alves DA, Corrêa, AS está disponível em Apidologie.

Mais informações técnicas sobre o pequeno besouro das colmeias estão disponíveis no site da Associação Paulista de Apicultores Criadores de Abelhas Melíficas Europeias (APACAME), em Nota Técnica de maio de 2016.

Saiba mais sobre o pequeno besouro das colmeias

Aethina tumida James D. Ellis University of Florida red
Crédito: James D.-Ellis/University of Florida

Os besouros infestam, principalmente, colmeias de abelhas da espécie Apis mellifera. Entretanto, também existem relatos de infestação em colmeias de abelhas sem ferrão. Os principais danos à colmeia são causados pelas larvas do besouro que se alimentam das larvas das abelhas e do pólen, além de perfurar as células de mel ao movimentar-se, causando a fermentação do mel e pólen, que se tornam impróprios para consumo humano.

Além deste prejuízo, a infestação das colônias de abelhas pode causar a fuga do enxame e o abandono da colmeia. Os besouros adultos também podem sobreviver na natureza alimentando-se de frutas. Fonte: Nota Técnica – Coordenadoria de Defesa Agropecuária – Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP.

 

 

Crédito da imagem em destaque: Jessica Louque, Smithers Viscient, Bugwood.org