Representantes de cento e setenta e quatro países e da União Europeia se reuniram na sexta-feira (22) na sede das Nações Unidas para assinar o Acordo de Paris, que tem como objetivo manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC buscando esforços para não ultrapassar 1,5° C.
A assinatura do acordo deve reforçar o empenho dos países a implantar uma economia de baixo carbono. Além disso, a revisão da ambição das metas nacionais até 2020 é fundamental para impedir que o mundo caminhe para um futuro incerto do ponto de vista climático.
“Ouvimos que os governos vão trabalhar rapidamente para implementar o Acordo de Paris. Isso é bom, mas não o suficiente. Os países precisam tomar ações imediatas, colaborativas e em escala cada vez maior no âmbito interno nas áreas de energia renovável, florestas e finanças para evitar os piores impactos da mudança climática”, disse Samantha Smith, líder da Iniciativa Global de Clima e Energia do WWF.
Embora a assinatura do Acordo de Paris entre para a história como um passo importante nos esforços globais do clima, as temperaturas planetárias e impactos climáticos também estão fazendo história. O mês passado, março, foi registrado como o mais quente de toda a história, após 11 meses consecutivos de temperaturas recordes. Uma das piores secas já vistas atingiu o leste e o sul da África; a Grande Barreira de Corais tem sido impactada pelo branqueamento de corais, e a camada de gelo da Groenlândia está se tornando dramática, no início da temporada de derretimento.
Mesmo assim, para o secretário-geral do WWF-Brasil, Carlos Nomoto, a presença de um número recorde de países assinando juntos o acordo é uma vitória. “As emissões mundiais se estabilizaram pelo segundo ano consecutivo, enquanto a economia global continua crescendo. Além disso, pela primeira vez na história, investimentos em energia renovável alternativa em países em desenvolvimento superaram os dos países desenvolvidos. Precisamos acelerar esse processo “, afirmou.
Nomoto relembra o progresso que o Brasil teve nos últimos anos na redução de emissões, mas ressalta a importância de seguirmos adiante. “Diminuir as emissões por desmatamento fez do Brasil um exemplo para o mundo. No entanto, além seguir nessa rota, precisamos trabalhar com a geração de energias alternativas sustentáveis, em especial solar, eólica e biomassa sustentável, e o desenvolvimento de uma agricultura de baixo carbono, ambos sustentados em políticas públicas de níveis nacional e subnacional”.
O Acordo de Paris permanecerá aberto para assinaturas durante um ano, até 21 de Abril de 2017. O acordo entrará em vigor após 55 países que representam 55% das emissões globais de gases de efeito estufa ratificarem o acordo. Negociadores de clima da ONU se reunirão no próximo mês em Bonn, Alemanha, para começar a lançar as bases para a operacionalização do acordo.
Fonte: WWF Brasil e ONU