Disponibilização de local para atrair ninhos de polinizadores em cultivos de maracujazeiro-amarelo
O maracujazeiro apresenta flores hermafroditas e auto-incompatíveis, ou seja, o grão de pólen produzido por uma flor não pode fecundá-la ou fecundar outras flores da mesma planta. Para a formação de frutos é necessário que o pólen seja trocado entre plantas diferentes. Este procedimento é denominado de polinização cruzada e nos cultivos de maracujá é realizado de forma eficiente por abelhas de grande porte, especialmente as do gênero Xylocopa, conhecidas popularmente como mamangavas-de-toco ou abelhas carpinteiras.
O projeto tem por objetivo produzir e disponibilizar um rancho com ninhos armadilha em um cultivo de maracujá-amarelo (Passiflora edulis) para a atração de abelhas do gênero Xylocopa, seus principais polinizadores. Está sendo desenvolvido em uma propriedade localizada no município de Itatinga, interior do estado de São Paulo, em parceria com um produtor rural e apicultor.
As mamangavas-de-toco recebem este nome por construírem seus ninhos em madeira morta, ramos secos de árvores, mourões de cerca ou em cavidades de bambu. Baseado nessa característica de nidificação, será produzido um rancho de madeira com cobertura de telha como local a ser disponibilizado para a atração das abelhas. Nesse rancho serão pendurados tocos de madeira e em suas prateleiras serão instalados tijolos do tipo “baiano” com gomos de bambu inseridos nos orifícios.
Durante o período de floração, que deve iniciar em outubro de 2020 e transcorrer até março de 2021, serão realizadas observações mensais dos visitantes florais nas flores do maracujazeiro-amarelo para determinar os polinizadores. No mesmo dia de observações dos visitantes nas flores, também serão realizadas inspeções nos tocos de madeira e gomos de bambu para verificar a taxa de nidificação pelas abelhas.