Professores, estudantes, servidores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e autoridades locais marcaram presença no lançamento do livro ‘Borboletas no Vale do Catimbau – Guia de espécies e flores visitadas’ na última semana, no auditório do Museu de Fauna da Caatinga do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) em Petrolina, sertão pernambucano.
Durante o evento, o vice-reitor da Univasf, professor Telio Nobre Leite ressaltou a importância da produção acadêmica. “A produção do conhecimento é uma das grandes missões que a universidade tem contribuindo para fortalecer a identidade e o desenvolvimento da região. Iniciativas como essa são muito importantes para nós, assim como também poder apoiá-las, porque constrói um legado para a história da instituição. Isso também estimula outras ações de registro do conhecimento que é produzido, debatido e divulgado na academia”, disse o vice-reitor.
A obra, de cunho inédito no Brasil, é o primeiro guia de campo de borboletas e ainda dá destaque à biodiversidade de um dos biomas menos conhecidos do país, a Caatinga. O inventário faunístico permitiu catalogar e descrever 137 espécies do inseto, além de 50 espécies de plantas cujas flores foram visitadas. Segundo o autor, o biólogo Carlos Eduardo Nobre, o número de espécies encontradas no Parque Nacional do Catimbau, uma das poucas Unidades de Conservação (UC’s) de Pernambuco, é bastante significativo. “Estamos tratando do grupo de insetos, que é megadiverso. Na caatinga encontramos menos, embora o Vale do Catimbau não seja a caatinga stricto sensu, ou seja, a caatinga típica, e tem menos espécies que a Mata Atlântica, por exemplo, mas o que foi revelado nesse levantamento é bem expressivo”, afirmou.
De acordo com o autor, o biólogo e pesquisador Clemens Schlindwein, o guia disponibiliza informações valiosas para o público acadêmico. “Conseguimos catalogar também plantas e flores visitadas por essas borboletas que é um trabalho praticamente inédito no Brasil, no que se refere às interações entre borboletas e flores, algo mais comum com abelhas que são conhecidamente polinizadores efetivos”, salientou.
“Para o público leigo que já possui empatia pelo tema, o livro é uma ferramenta que motiva visitas às áreas do semiárido nordestino e permite que as pessoas saibam identificar o que estão observando. Além disso, um dos objetivos da obra é estimular um nível de consciência ecológica”, lembrou o coordenador do Cemafauna, professor Luiz Cezar Pereira.
Como são insetos muito bonitos então, naturalmente, despertam o sentimento de cuidar e preservar o meio ambiente num todo. Vale ressaltar que esse grupo faunístico atua também como potencial polinizador, já que há um grande número de visitas florais, embora as borboletas não tenham órgãos especializados em transporte de pólen, mas acabam contribuindo na manutenção da cobertura vegetal do lugar.
Fonte: Cemafauna/Univasf – Jaquelyne Costa