A extração e o beneficiamento de mel foram tema de uma capacitação promovida na Embrapa Pantanal em Corumbá (MS) no último dia 20. Atendendo à demanda de um grupo de apicultores locais, o curso abordou assuntos como o ponto certo da colheita dos quadros de mel, a seleção do que será colhido, medidas de segurança e boas práticas de fabricação e produção. Para o pesquisador Vanderlei dos Reis, a capacitação, higiene e preparação antes do processo de colheita são fundamentais para manter a qualidade dos produtos apícolas.
“A elaboração de um material bem processado começa no campo, observando desde o manejo, o uso da quantidade adequada de fumaça, a altura correta dos cavaletes e uma boa localização do apiário. Todos esses fatores ajudam a definir se o mel é bom ou ruim”, diz o pesquisador. “Um exemplo disso está na utilização da fumaça. Se aplicamos demais, o mel fica com gosto de queimado. Também temos que usar equipamentos de proteção limpos, colocar os instrumentos de trabalho em bandejas de inox, separar tudo em caixas e lonas higienizadas”.
O ponto de maturação da colheita, para Vanderlei, é um dos aspectos importantes para assegurar uma boa produção apícola no Pantanal. “Estamos em um local muito quente e eu me lembro de ouvir, quando cheguei na região, que era difícil produzir por aqui porque o mel azedava. Naquela época, ele era colhido e manuseado sem os devidos cuidados.”, afirma. “Atualmente, repassamos conhecimentos como a checagem da umidade do mel no favo – que precisa estar abaixo de 20% para que ele possa ser colhido. Acima disso, ele pode fermentar e se deteriorar”.
Ainda de acordo com o pesquisador, o processamento apenas mantém as características dos produtos, não as recupera. Por isso, atentar a questões como essas pode ser o diferencial que prejudica ou promove a produção apícola.
Fonte: Embrapa Pantanal – Nicoli Dichoff