Uma equipe do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc) foi selecionada pelo Ford College Community Challenge (Ford C3) por desenvolver ideias com foco no empreendedorismo social. O projeto Arapuã foi criado para empoderar a comunidade da Tapera, em Florianópolis, por meio da produção do mel e da própolis vermelha no mangue. Outras três equipes foram selecionadas no Brasil, entre 24 concorrentes, e agora partem para uma competição nacional, que vai definir quem deve representar o País no Campeonato Mundial em Londres, na Inglaterra.
O projeto foi desenvolvido por estudantes com idade média de 20 anos, dentro da organização Enactus, uma comunidade internacional sem fins lucrativos que tem como objetivo usar o empreendedorismo para transformar vidas. Por meio da apicultura de mangue, o time trouxe uma alternativa para empoderar a comunidade da Tapera, no Sul da Ilha, com uma atividade inovadora, altamente lucrativa e sustentável. Os estudantes atuam no bairro desde 2016, em parceria com o Conselho Comunitário, e já selecionaram duas famílias para o projeto-piloto.
Betina Harger Silveira, coordenadora-geral do time Enactus da Udesc, conta que o projeto foi inscrito no Ford C3 em fevereiro, mas não que contavam com o incentivo para desenvolverem a ação. “Foi uma surpresa e uma alegria sermos considerados um dos quatro melhores projetos do Brasil, considerando que os outros concorrentes também eram muito interessantes.”
Após realizarem estudos, os universitários constataram que o mel produzido no mangue tem valor agregado de até 100% em relação ao comum, enquanto a própolis vermelha, produzida a partir de uma planta nativa do bioma, possui um valor até dez vezes maior que a própolis verde, a mais comum.
Com a premiação, a equipe terá U$ 5 mil para aplicar no projeto, que está previsto para ter início prático na próxima semana, quando os materiais encomendados na cidade de Içara devem ser entregues. A iniciativa também conta com apoio da Fundação Cargill, de São Paulo e da empresa local Flex Contact Center.
“Como não é a época ideal para a produção de mel, assim que o material chegar vamos treinar as duas famílias, inclusive sobre os procedimentos de segurança, e demarcar o terreno onde as caixas serão colocadas, assim como sinalizar para que outras pessoas saibam sobre a presença de abelhas no local. A expectativa é que a produção de mel tenha início entre o fim de julho e o início de agosto”, explica Betina.
Fonte: Diário Catarinense – Simone Feldmann