Se depender da startup canadense Bee Vectoring Technology (BVT), as abelhas vão deixar de ser apenas produtoras de mel. Não que o alimento produzido por elas não seja delicioso o bastante. Mas o fato é que pesquisadores da Universidade de Guelph, no Canadá, investigaram durante 20 anos o comportamento das abelhas e de outros insetos polinizadores e descobriram que elas são candidatas ideais para entregar agentes biológicos e químicos capazes de conter e gerenciar várias pragas e doenças causadas por infecções nas flores. Ou seja, distribuir agrotóxicos em plantações.
A suposta vantagem de usar as abelhas é que elas pousam diretamente nas flores. Isso permite usar até 95% menos agrotóxico do que no método tradicional (em que as plantações são pulverizadas com o produto).
A ideia da empresa canadense é usar abelhas em lavouras de girassol, canola, morango e frutas de caroço, como pêssegos e nectarinas, culturas que sofrem com a ação de fungos.
Esse novo potencial das abelhas foi descoberto quando o grupo de pesquisadores encabeçado pelo entolomologista John Sutton, pelo patologista Peter Kevan e pelo engenheiro agrônomo Todd Mason, deixou uma bandeja cheia de pó na porta de uma colmeia.
Ao sair dela, e pisar nesse pó, as abelhas acabaram espalhando o material pelas flores da região.
Os testes foram realizados em parceria com o Ministério da Agricultura do Canadá.
Os pesquisadores dizem que se preocupam com a saúde das abelhas, e só irão utilizar agrotóxicos que não sejam prejudiciais a elas – mas isso terá de ser comprovado em uma próxima rodada de testes.
Fonte: Exame e Superinteressante – Pâmela Carbonari