Comunicação entre apicultores e agricultores ajuda na aplicação de boas práticas

É importante uma comunicação efetiva entre apicultores e agricultores para que ambos possam realizar as melhores práticas para manter a saúde das colônias e dos cultivos. Inclusive, a relação das abelhas com práticas agrícolas é complementar.

Enquanto os insetos conseguem o néctar e o pólen necessários para se alimentar em lavouras como a laranja, girassol, soja, canola, entre outras, e produzir mel a partir do néctar, a agricultura se beneficia da polinização, que melhora a produtividade e garante frutos e sementes com maior qualidade.

Cuidados

Por parte dos agricultores:

– Fazer o uso correto dos defensivos agrícolas, seguindo as especificações da bula.

– Avisar com antecedência os apicultores que mantêm colônias próximas para que, quando da aplicação de defensivos agrícolas, seja realizado manejo para não haver contato entre as abelhas e as substâncias.

– Evitar a aplicação de inseticidas de alta toxicidade para as abelhas durante o florescimento da cultura. Caso seja necessário aplicar defensivos durante o florescimento, é recomendável a escolha de um produto efetivo, mas de baixa toxicidade para os insetos.

– Nas ações aéreas, a aeronave não deve mudar de direção durante a aplicação para minimizar a deriva para áreas em florescimento que não necessitam ser tratadas. A velocidade e direção dos ventos também devem ser levadas em consideração.

– Evitar aplicar defensivos agrícolas com ingrediente ativo que se degrada poucas horas nos horários em que as abelhas estão em atividade no campo. Nestes casos, é recomendada a aplicação ao entardecer ou anoitecer.

Por parte dos apicultores:

– Respeitar as distâncias seguras de culturas que serão tratadas com defensivos agrícolas, tomando-se por referência o raio de voo da espécie de abelha que se pretende criar. No caso de Apis mellifera, é recomendada distância de pelo menos seis quilômetros do plantio.

– Comunicar o agricultor pelo manejo da cultura sobre a presença de colônias próximas ao local para que, quando da aplicação de defensivos agrícolas, os apicultores sejam avisados e evitem que as abelhas entrem em contato com as substâncias, como no transporte de caixas para outros locais ou manter as abelhas confinadas nas caixas seguindo procedimentos de segurança para manter as colônias.

Katia Aleixo, bióloga e consultora científica da A.B.E.L.H.A.

Fonte: Campo E Lavoura