Mais de 250 apicultores da região Norte de Minas Gerais terão melhores condições de desenvolver suas atividades com o apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A Companhia firmou convênio com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG) para prestação de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) em apicultura.
O objetivo é melhorar a estruturação de Arranjos Produtivos Locais (APLs) em nove municípios do Estado, como Espinosa, Porteirinha, Janaúba e Mirabela. De acordo com Luciano Fernandes de Sousa, coordenador do núcleo regional das associações de apicultores do Norte de Minas e membro da Associação de Apicultores de Bocaiuva (Apiboc), a assistência técnica vai proporcionar melhorias para o trabalho dos apicultores.
“Hoje, a principal dificuldade da Apiboc é a falta de apoio técnico, e, por isso, nós não temos uma produção homogeneizada, ou seja, tem produtor que consegue produzir dez quilos e outros que produzem de 70 a 80 quilos de mel por mês. Além disso, com o apoio técnico da Ater e o aumento das capacitações dos jovens que estão entrando na produção de mel, a gente espera aumentar a produção em mais de 300% nos próximos dois anos”, destaca Sousa.
O trabalho da Emater será voltado ao aperfeiçoamento das técnicas de produção, à organização da cadeia produtiva e ao apoio aos apicultores na preparação da documentação para comercialização aos governos municipal, estadual e federal. Na Apiboc, os apicultores estão comercializando com compradores de Belo Horizonte e Santa Catarina e, por meio de venda direta, com programas do governo federal como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Toda a produção da entidade é orgânica, e isso tem atraído os consumidores.
“A gente produz mel, cera, própolis e pólen. Nossa associação é a principal entidade da região a obter a certificação orgânica do Ministério da Agricultura, e, com isso, nós conseguimos, em média, de 20 a 30% a mais no preço do mel, incluindo as vendas para o PNAE e a Conab”, revela o representante da Apiboc.
A expectativa da Codevasf é de que, ao final do projeto, haja aumento da produção dos apiários e maior organização da cadeia produtiva, com reflexos positivos na renda dos apicultores. “Muitos dos apicultores aqui são iniciantes e precisam de um atendimento mais adequado. Esse trabalho vai melhorar a produtividade e, consequentemente, a produção. Nossa produtividade está em torno de 14 a 15 quilos por colmeia, sendo que aqui na região tem apicultores produzindo até 80 quilos”, avalia o chefe da Unidade de Desenvolvimento Territorial da Codevasf em Minas Gerais, o engenheiro agrônomo Alex Demier. “A ação vai facilitar o processo da certificação orgânica dos apicultores, inclusive a do mel de aroeira, que vai passar por uma certificação de indicação geográfica”, completa.
A Emater vai disponibilizar, para execução do projeto, uma equipe composta por coordenador, três técnicos com dedicação exclusiva e outros nove técnicos de apoio que atenderão aos nove municípios beneficiados. Cada apicultor receberá quatro visitas na propriedade, sendo uma para diagnóstico e três de assistência técnica. Além disso, os produtores participarão de um dia de campo e de uma reunião de planejamento. Ao todo, serão realizados 263 diagnósticos de apiários, nove reuniões de planejamento, nove dias de campo e 789 visitas técnicas.
Fonte: Portal do Agronegócio