Pesquisadores da Universidade de Sussex, no Reino Unido, passaram dois anos estudando a dança que as abelhas fazem quando voltam de sua busca por alimentos, para mostrar às demais como chegar ao local onde as melhores flores foram encontradas, e descobriram que podem ajudar na preservação tanto das abelhas quanto de outros insetos polinizadores. O estudo foi realizado com abelhas melíferas (Apis mellifera) que habitam colmeias instaladas no campus da universidade, com a frente feita em vidro, para facilitar a observação.
Durante a dança (wagle dance), as abelhas agitam o abdômen e se movem fazendo um oito repetidamente. Esse processo indica para as demais a distância até as flores encontradas e a sua direção a partir da colmeia. De acordo com os pesquisadores, um movimento de abdômen de 1 segundo de duração corresponde a cerca de 750 metros de área percorrida pelo inseto em busca de alimento. Os cientistas calcularam a distância percorrida por essas abelhas mês a mês, e descobriram que a área coberta é 22 vezes maior no verão do que na primavera e seis vezes maior do que no outono — o inverno não foi considerado, porque nesta época as abelhas praticamente não saem da colmeia.
Tal diferença ocorre porque, na primavera, as flores são naturalmente mais abundantes, enquanto no outono floresce um gênero de plantas comumente conhecido como heras. No verão, porém, as flores são mais escassas, principalmente em virtude da intensificação da agricultura — que diminui a quantidade de flores selvagens no campo.
Mais informações sobre o estudo podem ser vistas no jornal científico Plos One.
Fonte: Da Redação, com base em Planeta Sustentável e Universidade de Sussex – 25 de março de 2015