Aquecimento global pode ter adiado nova Era do Gelo em 100 mil anos

A próxima Era do Gelo pode ter sido adiada em até 100.000 anos, de acordo com pesquisa publicada nesta quinta-feira no periódico Nature. O estudo, feito por pesquisadores do Postdam Institute for Climate Impact Research, na Alemanha, um renomado centro de pesquisas climáticas, indica que as atividades humanas podem ter causado um rompimento no ciclo natural das eras glaciais.

O estudo examinou as últimas oito eras glaciais durante um período de 800.000 anos para verificar o que dá início a essas glaciações. Por meio de modelos matemáticos, os cientistas descobriram que a combinação entre baixa incidência da luz solar na superfície da Terra e níveis reduzidos de dióxido de carbono propiciaram os períodos glaciais terrestres. Inicialmente, os cálculos previam que o planeta se encaminharia de forma natural para uma era glacial nos próximos 50.000 anos. No entanto, o estudo revela que o aumento da emissão de carbono, devido à queima de combustíveis fósseis, postergou esse período para 100.000 anos.

“Mesmo que não faça diferença prática saber se a era glacial ocorrerá em 50.000 ou 100.000 anos, o fato de que podemos interferir em um futuro tão remoto claramente mostra que os humanos já têm poder de afetar o futuro em escalas de tempo geológicas”, explicou Andrey Ganopolski, um dos pesquisadores que realizaram o estudo, à rede de televisão americana CNN.

A novidade, no entanto, ainda não deve ser considerada um alívio. Por mais que a tendência seja pensar que as emissões de gases serviram para manter a espécie humana viva por mais alguns milhares de anos, o constante aumento na temperatura mundial tem alarmado os pesquisadores. Caso a temperatura aumente mais 2 graus Celsius, pode haver catástrofes naturais e aumento no nível do mar que poderá causar a extinção em massa de diversas espécies da fauna e da flora.

Em dezembro de 2015, cerca de 200 governos chegaram a um acordo em Paris para evitar combustíveis fósseis na tentativa de combater as mudanças climáticas.

Fonte: Veja