As boas condições ambientais para produção de mel, a receptividade do mercado internacional para o produto e o interesse dos agricultores assentados são fatores que têm motivado ações da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para fomento à apicultura nos assentamentos do Incra no Planalto Norte catarinense.
Cerca de 35 agricultores assentados da reforma agrária já praticam a atividade nos assentamentos de Calmon e Matos Costa, a maioria, de forma rudimentar, mas há experiências individuais que contabilizam mais de 200 colmeias. “A ideia é padronizar e profissionalizar a produção. Para isso, fizemos um planejamento que teve início neste ano, prevendo ações contínuas sobre todo o processo de produção”, explica Ariel Stefaniak, coordenador da Ater prestada pela Cooperativa do Trabalho e Extensão Rural Terra Viva (Cooptrasc) na região.
As ações começaram no assentamento Putinga, em Calmon, onde foi realizado um curso teórico sobre o início da produção e instalada uma Unidade Demonstrativa (UD) com cinco caixas para abelhas em um dos lotes, para uso coletivo. A atividade contou com a presença de técnicos da Cooptrasc e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) e 25 assentados para preparo e disposição das caixas para constituição do apiário. Além das caixas, a Ater custeou equipamentos necessários para a prática como macacão, luva, cera e coletor de pólen. Para o próximo mês, mais um curso apresentará a etapa de nucleação das colmeias aos agricultores.
Condições favoráveis
Segundo Stefaniak, o Planalto Norte se destaca como uma das melhores regiões do País para a produção do mel de melato. A substância adocicada é produzida pelas cochonilhas, insetos que povoam as matas de bracatinga e capoeira e atraem as abelhas para produção de mel. Mais escuro e menos doce, esse tipo de mel é muito apreciado na Europa, onde empresas catarinenses têm liderado premiações como o melhor mel do mundo. A princípio, os assentados comercializam sua produção em tambores de 200 litros vendidos em entrepostos na região. Posteriormente, será possível propor projetos para comercialização própria. Para incentivar essa cadeia produtiva, o Incra acompanha o desenvolvimento das ações em um plano de negócios de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS).
Fonte: VVale