A apicultura em Quilombo, oeste catarinense, obteve avanços expressivos ao longo dos últimos anos. Este fato se deve, especialmente, pelas ações que iniciaram em 2011 com o objetivo de fortalecer o segmento na região. O projeto surgiu quando os apicultores se mobilizaram em parceria com o Sebrae/SC, o poder Público Municipal, a Associação de Apicultores e Meliponicultores de Quilombo (AAMQ) e outras entidades.
Na época, os 10 produtores associados à AAMQ contavam com 210 colmeias e produziam em média 14 kg de mel caixa/ano. Atualmente, o grupo é formado por 28 apicultores que juntos possuem 1.200 colmeias e produzem, em média, de 25 a 30 kg por caixa/ano. A safra 2016/2017 encerrará com 1.200 colmeias e aproximadamente 30.000 toneladas do produto serão comercializados em embalagens rotuladas e também a granel.
Os trabalhos, desenvolvidos por meio do Programa de Desenvolvimento Econômico Territorial (DET) iniciaram com um diagnóstico para identificar a real situação da apicultura no município. De acordo com o consultor credenciado ao Sebrae/SC, Neuri Ribolli, na época, não havia acompanhamento técnico. Os produtores usavam caixas fora do padrão, apiários mal dimensionados e pouco manejo. A atividade estava em estado de abandono, o que a tornava inviável pela baixa produtividade.
Com a formalização da parceria, o Governo do Estado liberou recursos para a construção da Casa de Extração e Envase do Mel e viabilização dos equipamentos. O Instituto Saga e o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Meio Ambiente (Cidema) fornecem assistência técnica para viabilizar a inspeção que está em fase de aprovação pelo Cidema. “Temos modelo de layout para rótulo em processo de aprovação para colocar no mercado. A Casa está autorizada a funcionar e conta com assistentes técnicos. As parcerias com o Sebrae/SC foram tecnicamente importantes para a efetivação da estrutura e equipamentos. Os produtos devem entrar no mercado no início de janeiro”, realça o presidente da AAMQ, Julcemar Francisco Toazza.
As ações, implementadas pelo DET contemplaram consultoria individual, escolha de locais para a construção de novos apiários, aquisição de colmeias padronizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), transferência dos enxames para colmeias novas, manejo de inverno e primavera, sistema de criação de novos enxames pelo processo de nucleação, boas práticas de higiene, alimentação energética e proteica, avaliação comportamental dos enxames, genética rainha, sanidade apícola e consultorias teóricas, além de práticas individual e coletiva.
As abelhas criadas em Quilombo são da espécie Apis mellifera. Responsáveis pela produção de mel, própolis, geleia real, pólen e cera, elas também servem como importantes polinizadoras em pomares de frutas cultivadas comercialmente, contribuindo para obter maior produtividade. Além de proporcionar produtos saudáveis à população, exercem papel significativo na preservação dos ecossistemas existentes.
O coordenador regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, assinala que o sucesso na apicultura depende cada vez mais do processo produtivo do negócio e dos pilares que sustentam a produção como infraestrutura, manejo adequado, gestão de pessoas e recursos.
“Para que o segmento cresça e se desenvolva, é preciso que proporcione resultado econômico suficiente para cobrir todos os gastos, remunere o empreendedor e gere renda suficiente para manter o produtor na atividade. É para isso que trabalhamos, ou seja, para preparar o apicultor para a utilização de tecnologias e métodos adequados de produção, e que ele ofereça um produto de qualidade ao mercado e obtenha renda e sustentabilidade nos negócios”.
Fonte: Portal do Agronegócio