As florestas são o ecossistema mais rico em espécies animais e vegetais. Cerca de um terço da biodiversidade mundial está localizada no Brasil, em ecossistemas únicos como a Floresta Amazônica – maior reserva genética e a maior floresta tropical do mundo, além da Mata Atlântica, os cerrados, áreas úmidas, ambientes marinhos, entre outros.
Segundo Denise Alves, pós-doutoranda da ESALQ-USP e membro acadêmico da A.B.E.L.H.A, as abelhas são muito importantes no programa de manejo de florestas, pois sem a polinização a manutenção e conservação de comunidades vegetais são impactadas negativamente.
Um bom exemplo deste cenário é a castanheira, árvore alta e bela, nativa da Amazônia, que é vinculada à polinização cruzada (grãos de pólen de uma flor são transportados para estruturas reprodutivas femininas de outra flor da mesma espécie). Ela depende completamente dos serviços de polinização para a formação da castanha-do-pará (castanha-do-brasil), realizada por abelhas.
Além disso, a conservação de árvores como locais para alojamento de ninhos é crucial para a sobrevivência das abelhas em ambientes naturais. Apesar de possuir grande importância ecológica, muitas espécies são dizimadas pelo desmatamento que resulta na eliminação do recurso floral responsável pela alimentação dos polinizadores e outros animais e a destruição dos ninhos abrigados nas árvores derrubadas.
“Ações combinadas de reflorestamento, proteção das margens e encostas dos rios, programas de educação ambiental, além do manejo racional de abelhas nativas – principais polinizadores da floresta, são fundamentais para reverter o cenário no Brasil”, reforça Denise. “Os serviços ecossistêmicos prestados pelas abelhas sem ferrão em florestas tropicais são imensuráveis, já que elas são os principais agentes polinizadores e são ecologicamente dominantes aos visitantes florais nativos. Com o aumento das populações de espécies ameaçadas, a meliponicultura (como é denominada a criação dessas abelhas) representa a conservação da biodiversidade, fonte de renda para as comunidades locais e, parceria com a agricultura, através da polinização de cultivos”, finaliza.