O Diário Oficial da União divulgou nesta quarta-feira, dia 29, uma chamada pública que convoca consórcios de pesquisa interessados em desenvolver estudos científicos sobre insetos polinizadores no Brasil.
A chamada é promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.). Adicionalmente, com a parceria do CONFAP, as propostas selecionadas poderão receber apoio das Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados.
A iniciativa de fomento à pesquisa, uma parceria público-privada, tem como objetivo apoiar grupos multidisciplinares cujos estudos gerem conhecimento sobre a biodiversidade dos insetos polinizadores no Brasil, metodologias práticas de avaliação de riscos de defensivos agrícolas para essas espécies e a valoração do serviço ambiental de polinização prestado por insetos para o aumento da produtividade agrícola.
Já se sabe que os polinizadores são essenciais para a manutenção da biodiversidade e para a sobrevivência de espécies de plantas que promovem a segurança alimentar. “No Brasil, porém, ainda há um déficit de dados e estudos científicos sobre as abelhas e outros polinizadores, o impacto deles na atividade agrícola e nos fatores que ameaçam a saúde dos insetos e a provisão do serviço de polinização”, avalia Ana Assad, diretora-executiva da A.B.E.L.H.A.
“Mais estudos científicos são essenciais para a conservação desses insetos e, ao mesmo tempo, para a sustentabilidade da produção de alimentos. Fazemos questão de apoiar essa ação de fomento e estamos muito satisfeitos por nossa participação”, conclui Ana.
Os projetos de pesquisa deverão ser inseridos em cinco linhas:
Linha 1 – Pesquisa em patógenos e parasitas em abelhas nativas e em Apis mellifera
Linha 2 – Monitoramento e avaliação da situação das abelhas nativas no Brasil
Linha 3 – Avaliação de ecotoxicidade de agrotóxicos para espécies nativas selecionadas
Linha 4 – Quantificação e caracterização de recursos ambientais coletados por espécies de abelhas nativas
Linha 5 – Avaliação bioeconômica do serviço de polinização na produtividade agrícola por cultura relevante
Vários são os resultados esperados com a Chamada Pública. Entre eles, é possível destacar a geração de conhecimento que subsidiem a avaliação de risco ambiental dos defensivos agrícolas para abelhas e outros insetos e que embasem a tomada de decisão regulatória desses produtos. Os estudos vão permitir ainda aprofundar o entendimento das espécies de insetos nativos no País, o impacto deles na polinização de culturas agrícolas, estimular a produtividade no campo por meio desses serviços, além de intensificar o uso de práticas de agricultura sustentável.
Os estudos relacionados aos polinizadores e seus serviços ecossistêmicos também auxiliarão o Brasil no cumprimento de alguns dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), a exemplo de:
ODS 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável;
ODS 8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos;
ODS 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade;
ODS 17: Parcerias em prol das metas.
Recursos
Ao todo, as propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global de R$ 2,8 milhões, sendo R$ 1,9 milhão oriundos da Associação A.B.E.L.H.A. e o restante de seus parceiros. Os projetos de pesquisas devem ser enviados até o dia 09 de fevereiro de 2018. O julgamento para seleção dos consórcios de pesquisa será realizado entre 23 a 27 de abril de 2018, com divulgação final das propostas aprovadas no Diário Oficial da União no dia 11 de junho do ano que vem.
Para saber mais sobre as linhas de pesquisa, os critérios de elegibilidade, o cronograma completo, confira a chamada pública que estará disponível na página do CNPq.