Para comemorar o Dia Nacional da Abelha (3 de outubro), a A.B.E.L.H.A. decidiu homenagear as abelhas solitárias. Elas são menos famosas que a abelha melífera (Apis mellifera) e as abelhas sem ferrão, espécies sociais que produzem mel e outros produtos, mas não menos importantes. As espécies solitárias são maioria entre as 20 mil espécies de abelhas conhecidas – cerca de 80% – e também muito relevantes pelo serviço ecossistêmico que prestam, polinizando a flora nativa e também cultivos agrícolas.
Como ferramenta para conscientizar a população, a A.B.E.L.H.A. desenvolveu um pôster com 20 espécies de abelhas solitárias encontradas no Brasil, que pode ser baixado aqui no site gratuitamente.
“Apesar da importância das abelhas solitárias para a manutenção da biodiversidade, elas acabam recebendo menos atenção tanto das autoridades quanto da comunidade científica”, avalia Ana Assad, diretora executiva da A.B.E.L.H.A.. “Precisamos zelar por elas, que também correm riscos em consequência das ações do homem.”
Entre as maiores ameaças a esses insetos está a perda de habitat, devido às queimadas e ao desmatamento que recentemente vêm afligindo o Brasil. Assad lembra ainda que a própria atividade apícola pode representar um risco. “Estudos já mostraram que as solitárias levam desvantagem na busca por alimento quando competem com grandes populações de abelhas melíferas introduzidas em seus habitat.”
A produção do pôster foi coordenada pela bióloga Kátia Aleixo, consultora científica da A.B.E.L.H.A.. “Tentamos contemplar espécies solitárias das cinco famílias de abelhas encontradas no Brasil. Há pelo menos um exemplar de cada uma dessas famílias”, explica.
O cartaz, que pode ser impresso, traz ainda um código QR que leva a cards digitais com informações extras sobre as abelhas, como os Estados em que são encontradas e locais que usam para a construção de ninhos, como o solo e cavidades preexistentes.
Aleixo destaca alguns exemplares em particular: “As abelhas do gênero Xylocopa, popularmente conhecidas como mamangavas, são as mais eficientes na polinização do maracujá, justamente por causa do tamanho avantajado. E as do gênero Centris, conhecidas como abelhas-de-óleo, são polinizadores da acerola.”
Estilo de vida
Entre as abelhas solitárias, não existem rainha e operárias, ou seja, uma única fêmea realiza todo o trabalho sozinha. Assim que nasce, ela já está pronta para acasalar com um macho da mesma espécie.
Após o acasalamento, a abelha busca um local adequado para o ninho, constrói as células de cria, busca alimento, bota os ovos e defende o ninho de inimigos. Quando as crias nascem, geralmente a mãe morre, mas em algumas espécies ocorre a divisão do ninho da mãe com as filhas por um breve período.
Escolha a opção e baixe o seu pôster gratuitamente!