A.B.E.L.H.A. apresenta o Sistema Lacunas na Apimondia

A bióloga e consultora científica da A.B.E.L.H.A. Kátia Aleixo apresentou hoje na Apimondia o sistema “Lacunas de conhecimento das abelhas no Brasil”, desenvolvido em parceria entre a A.B.E.L.H.A. e o Centro de Referência em Informação Ambiental.

A ampliação do conhecimento sobre a riqueza e a distribuição das abelhas é essencial para a sua conservação. Desde 2016, A.B.E.L.H.A. e o CRIA vêm trabalhando no desenvolvimento e na disseminação digital de informações sobre abelhas, utilizando a rede speciesLink (https://specieslink.net/) e o Catálogo de Abelhas Moure (http://moure.cria.org.br/) como sistemas de referência.

Lacunas pesquisaO sistema “Lacunas de conhecimento das abelhas no Brasil” (http://moure.cria.org.br/lacunas/) foi desenvolvido comparando dados do Catálogo Moure sobre espécies que ocorrem no Brasil com dados disponíveis através da rede SpeciesLink. Os resultados incluem o número de registros de todas as espécies citadas no Catálogo Moure separados em grupos: (1) sem registros, (2) com 1 a 5 registros, (3) com 6 a 20 registros e (4) com mais de 20 registros.

O sistema também destaca lacunas de dados sobre espécies por Estado. Os usuários podem pesquisar subfamílias, nomes científicos ou espécies ameaçadas ou podem seguir um caminho taxonômico até o gênero e selecionar uma espécie. Os relatórios estão disponíveis para subfamílias, tribos, gêneros e espécies.

Por exemplo, selecionando subfamílias de abelhas que ocorrem no Brasil e usando a opção de busca mais inclusiva, o relatório do Lacunas de janeiro de 2023 indica que, para as 1.965 espécies listadas no Catálogo Moure, 703 espécies (36%) não possuem nenhum registro de dados no speciesLink. Considerando a ausência de registros em relação ao número total de espécies de cada subfamília, quase metade das espécies conhecidas de Colletinae ainda não possui nenhum registro de dados no speciesLink (47% das 126 espécies catalogadas). Nas demais subfamílias, a ausência de registros na rede foi distribuída da seguinte forma: Halictinae (45% das 337 espécies catalogadas), Andreninae (43% das 121 espécies), Megachilinae (38% das 350 espécies) e Apinae (30% de 1031 espécies).

Ao nível das espécies, o relatório apresenta também o estado de conservação, além da distribuição de acordo com o Catálogo Moure e o speciesLink. Associado a cada mapa existe um link para a informação original. Esta ferramenta ajuda a definir estratégias para reduzir ou eliminar lacunas, como novos esforços de coleta e digitalização, convidando novas coleções para a rede e promovendo treinamento especializado na identificação de grupos de abelhas pouco estudados.

O trabalho científico apresentado em pôster na Apimondia 2023 tem como autores Kátia Aleixo, Ana Assad, Sidnei de Souza e Dora Canhos.