A A.B.E.L.H.A. firmou hoje (17) um Protocolo de Cooperação com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que visa estimular a colaboração científica, tecnológica e de inovação sobre a atuação dos polinizadores e estratégias para sua conservação.
O Presidente do CNPq, Mario Neto Borges, e o Presidente da A.B.E.L.H.A., Pablo Casabianca, mostram-se otimistas sobre as possibilidades de parceria representadas pela iniciativa de trabalho conjunto entre as duas instituições. “É o primeiro passo para futuras chamadas públicas de apoio a projetos específicos”, explicou Mario Neto.
A parceria prevê ainda apoio à realização de seminários científicos e tecnológicos, reuniões e simpósios.
A Diretora-Executiva da A.B.E.L.H.A., Ana Lúcia Assad, também esteve presente ao encontro, e ressaltou a importância da iniciativa. “Sem dúvida, o protocolo abre caminho para a realização de atividades relevantes para a pesquisa científica sobre polinizadores, além de ações de intercâmbio de informações. Estamos confiantes de que bons frutos serão gerados por essa parceria.”
A conservação de abelhas e outros polinizadores tem importância não apenas ecológica como também econômica, em especial para a produção agrícola. Dessa forma, promover seu papel na biodiversidade e sua convivência harmônica e sustentável com as diferentes culturas agrícolas é uma ação estratégica.
A importância da polinização
O valor das abelhas e demais polinizadores para a manutenção da biodiversidade e para a produção agrícola é incalculável. São responsáveis por um valor muito importante dos serviços ecossistêmicos. Os dados existentes na literatura sobre as espécies silvestres que atuam na polinização agrícola mostram que apenas 2% das espécies de polinizadores são responsáveis por 80% dos serviços de polinização.
A polinização por animais é importante para 87,5% das plantas com flores. As abelhas são os polinizadores que mais se destacam. Quando pensamos em polinizadores para a agricultura, por exemplo, são as abelhas que surgem em primeiro lugar, pois são manejáveis, ou seja, podem ser criadas e manejadas. A mais conhecida entre elas é a Apis mellifera, atualmente distribuída em todos os continentes.
Várias culturas dependem da polinização por abelhas, por exemplo: as macieiras, o açaizeiro, a aceroleira, o maracujazeiro, a castanha do Brasil. Em outras culturas, a presença de abelhas melhora o rendimento, como no caso do café, da canola, da soja, do morango, tomate, entre outras.
Dessa forma, o valor econômico da polinização é calculado como uma função de dois fatores: a dependência de cada cultura por polinização e o valor de produção anual de cada cultura. Muitas avaliações econômicas da polinização têm sido feitas recentemente, sendo este valor estimado entre US$ 235 bilhões e US$ 577 bilhões em dólares americanos de 2015. No Brasil, a polinização agrícola tem um valor anual estimado de US$12 bilhões.