A Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) comemora neste mês um ano de atividades em prol da conservação de abelhas e outros polinizadores no Brasil. Atuando como fonte de informação científica, a entidade já obteve avanços significativos na ampliação do diálogo sobre polinização entre os mais diversos públicos.
Entre as conquistas, destacam-se o lançamento da publicação “Agricultura e Polinizadores”, também disponível em PDF, o acordo de cooperação com a Embrapa para a promoção da agricultura sustentável e a parceria com o Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA) para desenvolvimento e implantação do Sistema de Informação Científica sobre Abelhas Neotropicais (http://abelha.cria.org.br/).
Atualmente, a Associação também desenvolve um projeto de georreferenciamento em algumas regiões do Estado de São Paulo, que consiste em mapear as colmeias com o objetivo de identificar sua localização e assim permitir uma melhor gestão das questões associadas à criação de abelhas.
“Caminhamos muito em um ano e ainda há muito mais por fazer. A conservação dos polinizadores é fundamental para a biodiversidade e para a produção de alimentos, e a A.B.E.L.H.A. tem o compromisso de promover sua convivência harmônica e sustentável com as diferentes culturas agrícolas”, afirma Ana Lúcia Assad, diretora-executiva da associação.
Divulgação do conhecimento e conscientização
Um dos principais objetivos da A.B.E.L.H.A. é reunir e difundir informações com base científica sobre abelhas e outros polinizadores, e tornar-se fonte e agente de conscientização para a sociedade. Além disso, a Associação mantém um website com conteúdo atualizado, materiais para consulta e canal de interface com os usuários. A A.B.E.L.H.A. também está presente nas redes sociais, na página do Facebook e no perfil do Twitter, pelos quais estimula a curiosidade e o interesse dos internautas na conservação dos polinizadores.
Base científica para ações práticas
Pesquisadores brasileiros, entre eles, acadêmicos do conselho científico da Associação, participaram diretamente da elaboração da Avaliação Temática de Polinizadores, Polinização e Produção de Alimentos, conduzida pela Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), criado sob a chancela de quatro entidades das Nações Unidas:
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O documento divulgado no início do ano inclui recomendações para orientar a criação de políticas internacionais sobre o tema.
“Esse serviço, feito de graça por abelhas, aves e insetos, é estimado em US$ 12 bilhões anuais nas principais culturas brasileiras”, ressalta a professora da Universidade de São Paulo (USP), co-chair do IPBES e membro do comitê científico da A.B.E.L.H.A. Vera Lúcia Imperatriz Fonseca.
Um recente levantamento conduzido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), porém, aponta que 78% dos brasileiros desconhecem a importância da polinização na agricultura e na produção mundial de alimentos.
“O reconhecimento do papel dessas pequenas notáveis é fundamental pela função crucial que têm na natureza, e por isso precisam ser mais estudadas e protegidas. Isso equivale, no fim, a contribuir para a própria manutenção do bem-estar humano”, completa Ana Lúcia Assad.