Com base nas experiências adquiridas com o Apiário Experimental da A.B.E.L.H.A., localizado em Itatinga (São Paulo), nossos especialistas fizeram uma lista com as 10 dicas para adoção de boas práticas e manejo apícola.
As recomendações são válidas para apicultores de Itatinga e região ou de outros lugares que apresentem um contexto parecido com o do apiário da A.B.E.L.H.A.. Apicultores com contextos diferentes podem se basear nas dicas gerais, a exemplo da construção de calendários das floradas e do uso de celular para registro do comportamento das colmeias.
Vale lembrar que, no apiário da A.B.E.L.H.A.:
No grupo (A) foram estabelecidas ações de manejo produtivo atreladas a um calendário de atividades apícolas em campo, enquanto o grupo (B) não está recebendo as ações em manejo produtivo, sendo mantido sem intervenções.
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10 dicas para manejo de apiários
1 – Estabeleça uma programação anual de manejos, com a previsão da época de realização das principais atividades. Assim, você poderá organizar melhor a gestão de suas despesas, receitas e de seu tempo de dedicação aos apiários, evitando mortes, enxameação ou enfraquecimento de colmeias.
2 – Nunca se esqueça da importância de preparar as colmeias antes do início das floradas, o que inclui alimentação artificial para estimular o aumento do número de operárias, troca de rainhas e troca de favos com cera escura e velha por cera alveolada.
3 – Mantenha apiários com um número de colmeias adequado para alta produção, mesmo que sejam poucas. Apesar de poucas, serão colmeias bem cuidadas seguindo a programação anual de manejos e altamente populosas que, em média, poderão dobrar a produção de mel de colmeias pouco populosas. Colmeias mais produtivas custam menos e dão mais lucros.
4 – Troque as rainhas a cada ano por rainhas selecionadas. Neste primeiro ano de apiário experimental, as rainhas introduzidas no grupo A foram produzidas a partir das colmeias menos defensivas e que mais produziram mel na safra passada. No entanto, não se deve fazer a próxima troca de rainhas selecionando filhas das rainhas mais produtivas, pois essa prática resulta na diminuição da variabilidade genética sexual das rainhas, o que pode aumentar as chances de acasalamento com zangões aparentados e elevar a proporção de nascimento de zangões diploides nas colmeias. Isso significa menos operárias trabalhando nas colmeias e, consequentemente, baixa produção. Uma sugestão é que os apicultores das associações produzam filhas das melhores rainhas e troquem entre si.
5 – Inicie a alimentação suplementar de estimulação 50 dias antes da florada. Ofereça 750 ml de xarope de açúcar invertido em alimentadores de cobertura a cada três dias e 200g de ração proteica em alimentadores coletivos, simulando a coleta de pólen nas flores, a cada sete dias. A ração proteica utilizada é comercializada para o mercado apícola e contém extrato de soja, levedo de cerveja inativado e 10 aminoácidos essenciais em proporções adequadas para a sobrevivência e bom desenvolvimento das abelhas, além de vitaminas e sais minerais, como ferro e cálcio.
6 – Durante o manejo para estimular o crescimento das colmeias, atente-se a importância de ampliar o espaço das caixas sempre que necessário para que as colmeias não enxameiem. Se enxamearem, as colmeias reduzirão sua população e isso significará menos abelhas coletando e armazenando néctar durante a florada.
7 – Durante a florada, revise as colmeias a cada sete dias de forma rápida e cuidadosa para ver a necessidade de oferecer mais melgueiras ou coletar o mel, pois se trata do período em que as abelhas estão trabalhando intensamente no armazenamento de alimento, atividade que deve ser preservada.
8 – No caso de apiários migratórios com intervalos entre as floradas, instale o apiário na próxima área pelo menos 40 dias antes do início da floração. Após a instalação do apiário, alimente as colmeias com 2 kg de açúcar VHP a cada sete dias, misturado com o xarope de açúcar invertido, em alimentadores de cobertura. Misture 750 ml de xarope de açúcar invertido no açúcar VHP a cada três dias. Ofereça também 200g de ração proteica em alimentadores coletivos a cada sete dias para que a população se mantenha alta. Finalize a alimentação assim que as primeiras flores abrirem.
9 – Nossa experiência com o apiário experimental mostrou que fazer os registros de produção por colmeia é dificultado pela rotina bastante corrida durante as coletas de mel, porém o registro de produção por apiário é facilmente feito e permite ao apicultor ter noção de sua produção média por colmeia. No entanto, lembre-se que se suas colmeias estiverem populosas e saudáveis, você não precisará se preocupar com as produções individuais de cada colmeia, pois todas produzirão bastante mel.
10 – No apiário, fotografias e filmagens são ótimas maneiras de registrar o comportamento das colmeias, ao invés de papel e lápis. Utilize o celular como ferramenta para registros.