Viveiro do Lago Norte ganha Bosque das Abelhas

O Viveiro Comunitário do Lago Norte (DF) ganhou um novo espaço: o Bosque das Abelhas. O local surgiu a partir da doação de uma caixa com 200 abelhas Jataí, uma espécie inofensiva, sem ferrão. Além de produzir mel, o enxame de insetos nativos do Brasil poderá ajudar na preservação das espécies do cerrado.

Janaína Figueira, que doou as abelhas, é voluntária no viveiro e membro da diretoria da Associação de Meliponicultores do Distrito Federal. Ela explica que a meliponicultura é a criação de abelhas que não ferroam. Elas têm o ferrão atrofiado. Também mordem, mas segundo os criadores, são picadas semelhantes às de uma formiga.

Segundo Janaína, as abelhas irão ajudar na polinização da flora nativa do cerrado. “Trata-se de um produto saboroso, nutritivo e com maior valor de mercado se comparado com o mel das abelhas convencionais.”

De acordo com a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas, o mel da Jataí atinge preços que variam de R$ 40 a R$ 80 o quilo, para o produtor, e de R$ 80 a R$ 120 para o consumidor. A criação pode ser feita até em áreas residenciais.

O administrador regional do Lago Norte, Marcos Woortmann, também cria abelhas sem ferrão em casa. Segundo ele, o retorno financeiro pode vir por meio da produção de colmeias e da comercialização do mel, própolis e cera.

“São abelhas dóceis e com potencial ambiental, terapêutico e econômico.”

Meio Ambiente

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Crédito: Dênio Simões/ Agência Brasília

A criação do Bosque das Abelhas é uma forma de garantir espaço para os enxames. A população de abelhas nativas do Brasil corre risco de diminuir por causa do crescimento das áreas urbanas.

Em florestas e matas, as abelhas sem ferrão ganham dimensão estratégica na conservação da biodiversidade, garantem os especialistas. Por serem nativas e adaptadas à flora local, seu poder de polinização é considerado maior que o das abelhas exóticas.

Viveiro Comunitário

 O Viveiro Comunitário do Lago Norte é uma parceria da Administração do Lago Norte com a Secretaria do Meio Ambiente, Emater-DF e organizações não governamentais da região. O local foi criado em 2015 para abrigar mudas que seriam usadas no reflorestamento de áreas próximas de córregos e nascentes do Lago Norte.

Desde que foi inaugurado, o viveiro distribuiu 60 mil mudas de plantas nativas e promoveu o plantio de cerca de 10 mil árvores, por meio de mutirões. O viveiro fica no Setor de Habitações Individuais Norte, EQL 4/6. Fica aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 16h.

Fonte: G1