Mato Grosso do Sul sedia evento sobre apicultura

O Estado com a maior produtividade da apicultura nacional – Mato Grosso do Sul – vai sediar o II Seminário de Apicultura do Cerrado. O evento será realizado pela Federação de Apicultura e Meliponicultura de Mato Grosso do Sul (Feams) e pela Embrapa Pantanal, de 30 de março a 1º de abril, em Bonito (MS).

O seminário marca também o desligamento de Gustavo Nadeu Bijos da presidência da Feams. Ele está no comando da federação desde junho de 2010 e também participa da Câmara Setorial de Apicultura desde março de 2007. Durante sua gestão várias parcerias foram viabilizadas e a apicultura se consolidou no MS.

O pesquisador Vanderlei dos Reis, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), é um desses parceiros. “O primeiro seminário ocorreu em novembro de 2013 em Goiânia. O segundo prioriza a cadeia produtiva e destaca pontos focais onde a apicultura pode se fortalecer ainda mais no Estado”, disse. De acordo com ele, o momento é de buscar a especialização para o setor.

mel-abelhas-red“Mato Grosso do Sul tem potencial para obter outros produtos apícolas como o pólen, a cera e a própolis, além do mel, que, com suas características distintivas da região, obteve a recente conquista da primeira IG (Indicação Geográfica) do Brasil para o Mel do Pantanal”, explicou.

A produtividade no Estado é de 52,33 quilos de mel por colmeia ao ano, segundo informações da Feams e da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal Governo do Estado (Iagro). A média nacional é de 18 quilos de mel/colmeia/ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apicultura migratória

Outra tecnologia que tende a crescer no Estado – e que será abordada no seminário – é a apicultura migratória. Trata-se de uma técnica que transporta as colônias de abelhas africanizadas para lugares com melhores condições de produção naquele momento, o que também se reflete em aumento da produtividade. O transporte é feito de forma segura, em caminhões telados, onde elas permanecem confinadas.

A apicultura migratória é viável para o Mato Grosso do Sul porque o Estado superou o binômio boi/soja. “Hoje temos, por exemplo:  eucalipto, girassol, nabo forrageiro, além das floradas nativas (cipó uva, hortelã-do-campo, cambará, etc.) que dão origem a méis bastante diversificados ao longo do ano. Além disso, as abelhas fazem o serviço de polinização, que é muito importante para a agricultura”, aponta Vanderlei. Essa migração pode incluir o próprio Pantanal, onde a grande diversidade de espécies de plantas permite desenvolver a atividade em qualquer época do ano.

O pesquisador disse ainda que o seminário terá demonstração de vários materiais e equipamentos apícolas como, por exemplo, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) produzidos no Estado e que vêm sendo premiados pela qualidade técnica. O Macacão Bodoquena Amarelo, utilizado pelo pesquisador, é um exemplo. O prêmio foi concedido pela Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) como melhor macacão apícola no XX Congresso Brasileiro de Apicultura em Belém do Pará, em 2014.

Serviço

II Seminário de Apicultura do Cerrado

Centro de Convenções de Bonito – Bonito, MS

De 30 de março a 1º de abril de 2017

Mais informações e inscrições no site oficial do evento.

Fonte: Embrapa