Apimondia 2017 – Nutrição

Na cobertura na Apimondia 2017, um dos principais temas acompanhados pela A.B.E.L.H.A. trata da nutrição e da alimentação artificial oferecida para nossas amigas polinizadoras.

 

Xarope de milho – A equipe assistiu à palestra do pesquisador Cahit Ozturk, da Universidade do Estado do Arizona (EUA). Em seu estudo, ele comparou diferentes dietas de açúcar que são oferecidas às abelhas. Descobriu que uma em particular, feita à base de xarope de milho rico em frutose e que tem sido muito usada por apicultores nos EUA, não é opção interessante, pois pode ser prejudicial às abelhas. Ele notou que a dieta diminui a longevidade das abelhas e afeta o sistema fisiológico na recepção de açúcares.

O alerta de Ozturk também é importante para os apicultores brasileiros, que cada vez mais adotam diferentes substâncias para alimentar suas abelhas sem que elas tenham comprovação cientifica de seus benefícios. E, como o exemplo de Ozturk mostra, algumas podem até ser prejudiciais.

Cahit Ozturk

 

Valores nutricionais – A palestra de Geraldine Wright, da Universidade Newcastle (Reino Unido), lança mais um alerta para os criadores de todo mundo. Ela estudou as características nutricionais do pólen floral, fonte de proteína das abelhas, e comparou com diversos substitutos artificiais que vêm sendo adotados por apicultores para alimentar suas colônias. Essa análise mostrou que as opções comerciais estão muito distantes dos valores nutricionais oferecidos pelo pólen natural e necessário para a saúde das abelhas. Geraldine reforça que é preciso um esforço de pesquisa para desenvolver dietas que se aproximem da proteína coletada nas flores. Esse é um recado importante para criadores brasileiros que estão oferecendo às suas colônias dietas que não possuem respaldo científico, como ovo, leite e aditivos com aminoácidos.

Geraldine Wright

 

Alimentação na entressafra – Outro relato importante vem do pesquisador Karl Crailsheim, da Universidade de Graz (Áustria), que tratou em seu simpósio da relevância da nutrição das abelhas para a saúde das colmeias. Seus estudos mostram que as colônias precisam estar bem alimentadas para que o sistema imunológico dos insetos seja eficiente contra doenças. Quando não estão bem nutridas, elas ficam debilitadas e mais vulneráveis – não muito diferente do que ocorre com os seres humanos. Isso é muito importante para o Brasil, onde ainda é comum apicultores não alimentarem suas abelhas no período de entressafra.

Carl Crailsheim

 

A A.B.E.L.H.A. ouviu o pesquisador, que é chefe da comissão de biologia de abelhas melíferas na Apimondia 2017, sobre a importância da alimentação energética e proteica durante o tempo de escassez do inverno. Ele comenta como os tipos de açúcar e solução proteica oferecidos às abelhas podem gerar diferentes resultados, bons ou ruins, para a colmeia.

Assista ao vídeo (em inglês).