Olimpíada do Rio é palco de campanha pelo clima

campanha-1-5ºC-logo-redUma campanha de conscientização pelas mudanças climáticas tem início nesta sexta-feira (29/7) nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. À espera de muitos recordes, os atletas que participarão do maior evento esportivo do mundo vão lembrar a todas as nações que o objetivo principal é manter as alterações da temperatura no limite de 1,5°C.

A iniciativa, que leva o nome de “O Recorde que não devemos quebrar”, faz um chamado a todos os países e governantes, mostrando a necessidade de controlar o aquecimento global e o impacto das pessoas no incremento da temperatura global.  No Brasil, os prejuízos provocados por mudanças climáticas entre 2002 e 2012 representam cerca de R$ 278 bilhões.

Ondas de calor, alterações nos padrões das chuvas, secas e inundações são alguns dos efeitos que impactaram diversos ecossistemas. A campanha também prevê que as mudanças climáticas possam afetar indiretamente os esportes, visto que os atletas estariam também sentindo o incremento nocivo das temperaturas.

Ana Toni, diretora do instituto Clima e Sociedade (ICS), afirma que se a temperatura continuar aumentando de forma acelerada nos colocaremos no limite do perigo. “Mesmo com o aquecimento atual, de cerca de 1ºC, mortes, doenças e prejuízos foram registrados no mundo inteiro, em especial nos países em desenvolvimento, que menos podem se adaptar”, destaca.

A campanha surgiu em parceria com o Observatório do Clima, o Fórum das Nações Vulneráveis, o ICS e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e procura alertar a sociedade e promover o consumo e a vida sustentáveis.

De acordo com especialistas, 2015 foi um dos anos mais quentes já registrados, e tudo indica que 2016 terá um novo recorde. Para Carlos Ritti, secretário-executivo do Observatório do Clima, precisamos agir com urgência frente às mudanças climáticas e suas consequências para a saúde e os ecossistemas.

“Os dez últimos recordes de temperatura ocorreram neste século. O ano passado foi o mais quente desde o início dos registros. Se continuarmos nesse ritmo, enfrentaremos problemas cada vez mais graves de abastecimento de água e produção de alimentos, além da maior disseminação de doenças provocadas por mosquitos, como a zika”, explica.

Dados da instituição revelam que as cidades mais afetadas pelas mudanças climáticas serão Rio de Janeiro, Kiribati, Maldivas, Tuvalu, Flórida e o sul de Bangladesh.

O “Recorde que não devemos quebrar” iniciará com a veiculação de um filme pela Rede Globo com a participação de todos os atletas, disponível em inglês e português pelo site Observatório do Clima.

O intuito é que durante a campanha diversos participantes da Olimpíada se unam ao projeto. A divulgação nas redes sociais permitirá que usuários customizem seus perfis com mensagens da campanha.

Fonte: Envolverde – Katherine Ribas