Para incrementar a sua produção, o apicultor precisa estar atento a todos os fatores que envolvem seu apiário. Veja um resumo dos principais tópicos que podem interferir na produtividade e na qualidade dos produtos apícolas.

 

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[vc_custom_heading text=”Localização” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

Definir onde será posicionado o seu apiário é umas das decisões mais importantes do apicultor. Alguns fatores devem guiar essa decisão, que interferem nos rendimentos pretendidos, na praticidade dos trabalhos e na segurança das pessoas e animais. Para se ter sucesso nesse empreendimento, o produtor precisa levar em consideração a flora apícola, a presença de locais abrigados por árvores ou cercas-viva (conhecidos como quebra-ventos), sombreamento, topografia, condições do ambiente, facilidade de acesso e segurança.

O ideal é que o pasto apícola seja próximo às colônias, abundante, diverso e que não tenha interrupções das floradas ao longo do ano. A distância que as abelhas vão percorrer para coleta de néctar e pólen é outro fator que impacta diretamente a produção de mel. Isso, porque, se as operárias precisarem voar longas distâncias para procurar fontes de alimento, elas gastam muito mais tempo e energia para retornarem para suas colônias, em relação àquelas operárias que voam para locais mais próximos. Consequentemente, quanto mais as abelhas trabalham, maior o desgaste e menor o tempo de vida.

Normalmente, uma abelha faz sua coleta num raio de 3 km, mas é capaz de voar o dobro dessa distância em caso de fonte abundante de néctar. Dentro dessa lógica, a localização de fonte de água também é muito importante. O ideal é que ela esteja a cerca de 500 m das colmeias. Caso o terreno não ofereça essa opção, é necessário instalar bebedouros. A água é uma fonte essencial para manter o equilíbrio térmico dos enxames, pois é usada para refrigerar o ninho quando a temperatura externa está muito elevada.

O clima não deve ser muito frio nem muito quente e o ideal é que conte com estações secas e úmidas definidas. Nessa condição, há maior concentração de floradas depois do período chuvoso.

Para evitar os riscos de contaminação, o apiário deve ficar a pelo menos 3 km de lixões, aterros sanitários, lagoas de decantação de resíduos, engenhos e outros ambientes que podem comprometer a qualidade da produção apícola.

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) também estabelece a separação mínima de 1 km entre novos apiários e áreas experimentais para plantio de organismos geneticamente modificados (OGM).

Por questões de segurança, também é importante observar a distância em que as colmeias ficarão posicionadas em relação a casas e outras locais frequentados por pessoas. O ideal é uma distância de cerca de 500 m, que também deve ser observada em relação a criação de animais.

 

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[vc_custom_heading text=”A rainha” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

Ela cumpre um papel fundamental na condução da colmeia e sua atuação deve ser acompanhada com atenção, pois pode ser necessário trocá-la por uma mais jovem.

Uma rainha jovem e de boa genética garante um crescimento rápido da colônia, enquanto uma rainha velha pode demorar para responder ao estímulo da florada para aumentar a taxa de postura de ovos, o que vai prejudicar o crescimento da população e a produção.

Para sua substituição, o apicultor deve utilizar os serviços de criadores idôneos que façam uma seleção criteriosa para produção de rainhas fortes e resistentes às doenças.

A troca deve ser realizada em um momento apropriado, pois a substituição resulta em mudança de comportamento. Uma troca numa colmeia que está em plena produção pode fazer com que as operárias coloquem mel nos favos de cria, diminuindo o espaço disponível para a postura.

 

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[vc_custom_heading text=”Registro dos apiários” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

As colmeias devem ser numeradas de forma progressiva para permitir os registros de produção individualizados. A numeração deve ser feita no ninho, em local de fácil visualização. O apiário também tem de ser identificado por número ou nome, para permitir a rastreabilidade da produção.

A área do entorno do apiário deve ser conhecida, devendo-se relatar a existência de culturas intensivas nas proximidades do apiário, principalmente quando se fizer uso de defensivos agrícolas na área. Para evitar o risco de acidentes, recomenda-se a prática de manejos especiais durante o período de pulverizações.

As colmeias ou os apiários também precisam ser marcados em caso de enfermidades. Nestas situações, o apicultor deve procurar ajuda técnica especializada para saber quais as medidas recomendadas para a situação. Apenas produtos autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) podem ser utilizados.

 

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[vc_custom_heading text=”Floradas” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

O conhecimento sobre as floradas da região deve guiar a maior parte das ações de manejo, já que a produtividade estará diretamente ligada ao máximo aproveitamento dos períodos de florada.

Para alcançar o maior rendimento possível, as colônias precisam estar fortes e sadias nos momentos de maior produção de néctar. Para isso, o apicultor precisa sincronizar o manejo das colmeias com a época adequada à sua realização. Manejos realizados fora da época comprometem a produção e reduzem o lucro dos apicultores.

A diversidade da florada é um fator essencial para a instalação e manutenção de um apiário. Há a necessidade de identificar as espécies do entorno, plantar as espécies adaptadas e típicas da região, plantar espécies que possuem períodos de floração diferenciados a fim de prover recursos alimentares por todo o ano. Se possível, evitar a dependência de monoculturas, já que os essas ofertam recursos em determinadas épocas do ano e há o risco de contaminação dos enxames pela aplicação de defensivos agrícolas.

 

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[vc_custom_heading text=”Materiais” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

A Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) adota o padrão de colmeias Langstroth, que permite que as partes externas sejam impermeabilizadas com parafina de grau alimentar ou cera de abelha, que devem ser diluídas em óleos vegetais.

As indumentárias e utensílios apícolas devem ser mantidos limpos, em perfeito estado de conservação e guardados em local livre de contaminantes, como defensivos agrícolas, combustível e fertilizantes.

O material que será utilizado no fumigador deve ser de origem vegetal e não pode ser tratado com produtos químicos, devendo proporcionar fumaça fria, densa e sem cheiro forte.

Todos os procedimentos de limpeza e higiene devem estar descritos para que as pessoas envolvidas sigam os mesmos passos.

 

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[vc_custom_heading text=”Manutenção das colmeias” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

Um dos principais desafios para o apicultor é garantir a continuidade de suas colmeias nos períodos em que ocorre escassez de alimentos, como ao final das floradas. Nessas ocasiões, a perda do enxame pode chegar a 40%.

Oferecer uma alimentação artificial é uma forma de impedir que as abelhas abandonem as colmeias. Aconselha-se a utilização de xarope com 50% de açúcar ou mais, na falta de néctar, e com farinha de soja, para suprir a ausência de pólen.

Colocar rapadura nas colmeias não é recomendável. É um alimento muito seco e duro, que demorará para ser consumido e que vai acabar atraindo inimigos naturais como formigas.

A união de colmeias também é uma medida interessante para que fiquem mais populosas. Assim, diminui-se o número de colmeias, mas aumenta o número de abelhas disponíveis para a coleta de alimentos. Normalmente, as colmeias mais populosas são as mais produtivas e as que menos apresentam problemas.

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[vc_custom_heading text=”Melhoramento genético” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

Atualmente existem diversas técnicas de melhoramento genético das abelhas, mas a mais simples está na substituição periódica de rainhas e no acompanhamento e seleção de material genético superior em produtividade.

Para identificar as colônias com melhor desempenho, é preciso usar métodos padronizados e confiáveis. Na avaliação da produtividade do mel e do pólen, por exemplo, um registro deve acompanhar a quantidade por colônia. Observam-se também outras qualidades importantes, como a resistência a doenças.

Para fazer a inseminação, são necessários equipamentos especiais e profissionais treinados. No entanto, mesmo diante do alto custo o melhoramento genético pode promover avanços na produção, se aliado às técnicas de manejo adequadas.

 

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[vc_custom_heading text=”Colaboradores” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

Para trabalhar diretamente no manejo das colmeias, todos os colaboradores devem passar por um treinamento completo de boas práticas apícolas. Além disso, é muito importante que todos estejam em perfeita saúde.

É vedada a participação no processo de pessoas que estejam com gripe, infecções gastrintestinais ou cutâneas. Hábitos anti-higiênicos, como tossir ou espirrar sobre as melgueiras ou favos também devem ser terminantemente evitados.

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[vc_custom_heading text=”Cuidados na coleta e transporte de mel” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

Descuidos na coleta e transporte dos favos de mel podem comprometer a qualidade do produto, causando alterações no gosto e na composição.

Além do cuidado extremo com a higiene de todos os materiais, a coleta deve ser feita apenas em dias ensolarados e as melgueiras jamais devem ser colocadas diretamente sobre o solo, mas sobre bandejas. Os favos precisam ter no mínimo 80% de sua área operculada e não pode haver presença de crias e pólen.

A fumaça deve ser usada com parcimônia e não pode ser direcionada para dentro da colmeia ou sobre os favos de mel. Essa medida impede que o mel absorva o cheiro e o gosto da fumaça.

As melgueiras devem ser transportadas em veículo fechado. Caso se utilize um carro aberto como uma picape, uma lona clara plástica e devidamente higienizada deve forrar o piso da caçamba e cobrir as melgueiras.

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[vc_custom_heading text=”Higienização de equipamentos e asseio pessoal” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

Além da importância já citada, vale destacar algumas boas práticas a serem adotadas nos processos de extração de mel:

Para a higienização de equipamentos:

  • Pré-lavagem de todos os materiais com água corrente;
  • Lavagem com sabão neutro, esponja e enxágue com água tratada;
  • Sanificação com água sanitária (2,5% de hipoclorito de sódio), na proporção de 0,5% (250 mL de água sanitária para 50 L de água), e enxágue com água tratada.

Para a higienização pessoal:

  • Deve-se tomar banho (lavando inclusive a cabeça), preferencialmente com sabão de coco;
  • Não se deve usar desodorantes ou perfumes para evitar impregnação no mel;
  • Manter unhas aparadas e rigorosamente limpas.

Cuidados com o uniforme:

  • As roupas, além de limpas, devem ser claras. Preferencialmente de cor branca;
  • Não se deve abrir mão de usar touca e máscara, evitando contaminações;
  • Em certos casos o uso de luvas não é obrigatório, sendo indispensável retirar anéis, alianças e pulseiras.

 

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[vc_custom_heading text=”Beneficiamento e comercialização” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

Ao local onde ocorre a extração do mel dá-se o nome de unidade de extração dos produtos das abelhas (Uepa), popularmente conhecida como “Casa de Mel”. Lá o produto é retirado, centrifugado, peneirado e decantado para separação de sujidades.

Sua construção deve obedecer às normas sanitárias da portaria nº 6, de 25 de julho de 1985, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Já ao entreposto, cabe o beneficiamento do mel, no que diz respeito à padronização e melhoria do produto final. São compreendidas etapas de homogeneização – em relação à sua cor, aroma e sabor –, descristalização, retirada do excesso de umidade e nova decantação.

Atendidas essas exigências, a estrutura estará apta para requerer o Selo de Inspeção Federal (SIF), emitido pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), conferindo garantia de qualidade dos produtos de abelhas e derivados, além de sua aprovação para exportação.

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[vc_custom_heading text=”Caderno no campo” google_fonts=”font_family:Roboto%20Slab%3A100%2C300%2Cregular%2C700|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”]

O desenvolvimento do setor agropecuário trouxe novas exigências aos produtores para a garantia dos produtos. A utilização correta do caderno de campo é forma mais simples para o apicultor comprovar a qualidade de sua produção.

Por meio de seus registros, é possível conhecer o histórico do produto. O Programa de Alimento Seguro (PAS) do Senai/Sebrae elaborou uma proposta de caderno de campo bem simples, com as anotações necessárias e importantes, que registram os possíveis riscos de contaminações da produção.

Este caderno faz parte do conjunto de materiais desenvolvidos para apoiar o setor apícola no atendimento às exigências da União Europeia, mas especificamente a implantação das Boas Práticas e Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle do campo ao entreposto de mel.

 Confira o modelo de caderno de campo no Guia de Uso e Aplicação de Normas da Cadeia Apícola, elaborado pelo convênio ABNT/SEBRAE.

Neste link você pode obter mais informações no Manual de Segurança e Qualidade para Apicultura.